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Quadrilha que aplicava golpe do falso emprego é condenada

Sete alvos da Operação Fake Jobs foram condenados pelo TJDFT, entre eles, o líder da organização, Renan Romero Dias

atualizado

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RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Operação da PCDF
1 de 1 Operação da PCDF - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Sete pessoas foram condenadas por aplicar golpes contra desempregados em todo o Brasil. O chefe da organização, Renan Romero Dias, terá de cumprir 9 anos e três meses de reclusão, segundo sentença do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

As penas dos demais envolvidos variam de 6 anos e 8 meses a 7 anos e 2 meses de reclusão pelos crimes de organização criminosa, estelionato e corrupção de menores. A quadrilha também deverá ressarcir as vítimas.

O esquema foi revelado pela operação Fake Job, deflagrada em julho de 2016, com participação da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O grupo divulgava vagas de emprego em sites, páginas em redes sociais, folders e jornais de grandes circulação.

Quando a vítima entrava em contato, era informada da necessidade de realizar um curso ou de emitir certidão de antecedentes criminais mediante pagamento de até R$ 180. As vagas de emprego não existiam. A organização também recrutava adolescentes para atuar no esquema, oferecendo comissão como forma de pagamento.

As investigações identificaram 14 sites nos quais eram oferecidos os cursos com certificados supostamente necessários à obtenção das vagas. Todos eles remetiam a Renan Romero Dias.

Quando muitos golpes eram aplicados pelo mesmo site, a página era desativada e outra era criada. Uma das acusadas afirmou ser, sozinha, responsável por 20 vítimas diárias, o que totalizava uma média de R$ 70 mil faturados por mês.

Vítimas
Na internet, é possível encontrar diversas reclamações de pessoas que caíram no golpe. Um desempregado do Pará, que não quis se identificar, deu detalhes de como caiu na armadilha dos criminosos.

“Além do anúncio feito no jornal, eles fazem a oferta por telefone, cujo número pegam no currículo. Mais uma vez, por telefone, oferecem a vaga de emprego, caso se faça o curso. Uma proposta dessa parece irresistível para quem está desempregado, não é?”, diz em depoimento.

O homem relata ainda que o “curso” custava R$ 150 e era pago pela internet. Depois, os acusados liberavam a senha para acesso ao conteúdo e para impressão do certificado. “Ao concluir o curso, existe um link de ‘encaminhamento’. É nesse momento que cai a ficha do candidato de que caiu no golpe. O dito encaminhamento não passa de uma lista mal feita de empresas de segurança de todo o Brasil, nada mais que isso. Não existe nada de encaminhamento, agendamento para entrevistas, nada de nada. Liguei para três das quatro empresas elencadas pelo site e todas informaram desconhecer a oferta de vagas.”

Outro homem de Brasília também diz que caiu no golpe e que, até o momento, não conseguiu contato com a empresa.

“Indicaram uma empresa para que eu pudesse me atualizar. O custo do curso era de R$ 250. Eu estava e ainda estou desempregado. Eles falaram que o aperfeiçoamento tinha duração de  três dias e, logo após a conclusão do treinamento, receberia o certificado. Garantiram a vaga. Contando com isso, peguei dinheiro emprestado com amigos para poder pagar o tal curso. Acontece que nunca consegui trabalho. Tentei entrar em contato com os responsáveis e nunca tive resposta. O site foi retirado do ar e o e-mail não é mais válido”. (com informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios)

 

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