“Psicológico abalado”, diz moradora após inundação na Vila Cauhy
Faxineira conta que família perdeu móveis e eletrodomésticos após Córrego Riacho Fundo transbordar e inundar Vila Cauhy, na noite dessa 3ª
atualizado
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A família da faxineira Neuza Maria Cortês (foto em destaque), 44 anos, está entre as afetadas pela inundação que atingiu a Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, devido ao transbordo do Córrego Riacho Fundo após um temporal, na noite de terça-feira (2/1).
Com previsão de chuvas intensas até domingo (7/1) no Distrito Federal, os moradores desalojados tentam se organizar para evitar mais prejuízos e conseguir doações destinadas a quem perdeu quase tudo, como é o caso da filha de Neuza Maria.
Em vídeo enviado ao Metrópoles ela mostrou os danos causados pelo alagamento na casa da família, que perdeu todos os móveis e eletrodomésticos. Por causa dos estragos, ela, a filha e os netos precisaram deixar o imóvel.
“Minha filha teve de sair de casa com os dois filhos dela, de 2 e 7 anos, porque não tem condições de ficar na residência dela ou na minha, que fica nos fundos. Ela perdeu armário, guarda-roupa, geladeira. As roupas estão todas molhadas. É muita bagunça, muita lama, muita sujeira e muita tristeza”, lamentou.
Veja imagens:
Agora, as crianças estão com medo de voltar para a Vila Cauhy, segundo Neuza Maria. “A gente pede socorro. Não só pra mim e para meus filhos, mas para todos da região. Nosso psicológico está muito abalado”, relatou a faxineira.
Além da lama, que atingiu todos os cômodos da casa onde ela mora, as chuvas infiltraram na geladeira do imóvel e todos os alimentos ficaram impróprios para consumo da família; por isso, foram descartados. Dentro do eletrodoméstico, restou apenas água.
Doações
A Defesa Civil atua na área e entrega cestas básicas, colchões e cobertores para as famílias desabrigadas. Apesar disso, elas ainda precisam de móveis, alimentos e água mineral. A Administração Regional do Núcleo Bandeirante montou uma tenda para o recebimento de doações no local.
Após os registros de inundações, os bombeiros orientaram que algumas pessoas saíssem de casa e retornassem só depois que o nível da água abaixasse.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) calcula que, nos dois primeiros dias deste ano, choveu mais de 80% do esperado para todo o mês. E as precipitações ficarão mais regulares nos próximos dias, segundo as previsões do órgão.
Estado de alerta
Nessa quarta-feira (3/1), a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), assinou um decreto que coloca o Distrito Federal em estado de alerta após as fortes chuvas que causaram estragos na capital do país.
Celina disse à coluna Grande Angular que a medida permite aos órgãos responsáveis pelo atendimento da população em situação de risco cancelar férias de servidores e deixar equipes preparadas para agir, devido à previsão de mais chuvas para os próximos dias.
“Em um primeiro momento, vamos decretar o estado de alerta, que obriga os órgãos do governo a monitorar, 24 horas por dia, tudo o que está acontecendo. Se percebermos que há dificuldade, podemos soltar mais um decreto. Essa medida é muito mais para que os órgãos de atendimento primário fiquem em alerta. Isso significa tirar pessoas das férias e colocar equipes de pronta-resposta para [prestar] atenção especial”, comentou Celina.
A governadora em exercício enfatizou que a medida se deu de maneira preventiva. “As secretarias estão mobilizadas. Fui visitar as áreas mais atingidas, e os órgãos trabalham para atender à população. As chuvas vieram com mais força não só no DF, mas em outros locais do país. Nossa maior preocupação é preservar vidas”, completou.