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Psicólogas do DF denunciam suposto paciente por assédio sexual

Profissionais montaram um grupo com vítimas do mesmo assediador. Há, no país, pelo menos 18 psicólogas assediadas pelo mesmo autor

atualizado

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Falso paciente assedia psicólogas
1 de 1 Falso paciente assedia psicólogas - Foto: Imagens cedidas ao Metrópoles

Cinco psicólogas do Distrito Federal uniram-se para denunciar um suposto paciente que as assediava sexualmente. De acordo com as profissionais, o homem entrava em contato por aplicativos de mensagens e solicitava atendimento por chamada de vídeo, sob o argumento de ser deficiente físico. Mas, em consulta virtual de urgência, o autor pedia para as terapeutas mostrarem os seios e chegava a se estimular durante as sessões.

Ao Metrópoles Liliany Souza (foto em destaque), 35 anos, contou que foi procurada pelo homem em 23 de janeiro. Ele disse que precisava ser atendido por chamada de vídeo e começou a ligar para o telefone da profissional. Assustada com o horário da ligação, a terapeuta não atendeu.

“Desconfiei pela urgência que ele tinha em ser atendido. Era um domingo e já estava muito tarde. É muito raro pacientes entrarem em contato nesse horário. Ele não quis agendar sessão, e eu expliquei que não trabalhava dessa forma. Quando ele viu que não teria jeito, começou a me ofender e mandar mensagem de cunho sexual”, explicou a profissional, que atende na Asa Sul.

O homem, identificado como Lucas Dornelles, fez vítimas em todo o Brasil. Em grupo de WhatsApp criado pelas psicólogas, pelo menos 18 mulheres disseram ter sido vítimas do assédio, cometido com a mesma abordagem.

O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo, onde uma das vítimas da região denunciou o suspeito.

Chamada de vídeo

A situação também assustou Fernanda Soares, 31. Lucas mandou mensagem para a psicóloga em 7 de março e disse que precisava ser atendido com urgência. A mulher não atendeu às chamadas de vídeo do suspeito e, em seguida, ele perguntou se poderia pagar apenas para olhá-la, já que ela era “linda e gata”.

Veja:

3 imagens
Homem aborda todas as profissionais da mesma forma
Fernanda Soares é moradora do Gama
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Lucas pediu para fazer chamada de vídeo

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Homem aborda todas as profissionais da mesma forma

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Fernanda Soares é moradora do Gama

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“Ele ofereceu valores para eu atender à chamada. Disse que eu me exibia nas redes sociais e estava seduzindo os pacientes. Depois, me bloqueou. Eu tinha visto algumas psicólogas comentando essa abordagem; por isso, estava esperta e não atendi a ligação”, comenta.

Fernanda mora no Gama e registrou ocorrência virtual na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ao Metrópoles a PCDF alegou que a ocorrência não foi homologada. “Consta no sistema que foram solicitadas mais informações para a declarante, mas, até o momento, não foi recebido o retorno”, detalhou a corporação.

Denúncias

A primeira a denunciar o assediador foi a psicóloga Letícia Martins de Oliveira, 27. A mulher mora em São Paulo e conta que o suspeito a procurou em julho do ano passado para atendimento virtual. A equipe da terapeuta chegou a agendar a sessão para o suposto paciente.

“No horário da sessão, ele mostrou o rosto e começou a falar coisas de cunho sexual e percebi que ele estava se estimulando. Fiquei chocada, mas consegui explicar que esse não era objetivo do trabalho e desliguei. Ele perguntou se podia falar apenas de sexo comigo, e eu o recomendei a procurar um outro tipo de profissional. É traumatizante passar por isso”, lamenta.

Com o objetivo de encontrar mais vítimas de Lucas Dornelles, Liliany fez uma publicação nas redes sociais contando o caso. Para a surpresa dela, mais de 50 psicólogas comentaram a postagem, alegando também terem sido vítimas do mesmo homem. Nesta semana, mais sete vítimas procuraram Letícia e Liliany para relatar o assédio.

“Não se tratam de pessoas com patologia e doenças mentais, isso é um crime sexual. Isso mostra como, mesmo no formato on-line, nós estamos vulneráveis. Não é uma questão da profissão. Senão, teríamos colegas homens sendo violados no espaço de trabalho, mas só vemos casos com mulheres. A partir do momento em que somos violadas, não estamos falando de um paciente, mas de um criminoso”, pontua Liliany.

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