Propina dada por Fernando Queiroz garantiu superfaturamento da arena
Além de ser alvo do mandado de prisão temporária, dono da Via é alvo de mandados de busca e apreensão e teve bens bloqueados
atualizado
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O empresário Fernando Márcio Queiroz, dono da Via Engenharia, é um dos 10 presos na Operação Panatenaico, deflagrada na manhã desta terça-feira (23/5). De acordo com a Polícia Federal, Queiroz prometeu e pagou valores ilícitos ao governador da época, José Roberto Arruda (PR), e, em seguida, a Agnelo Queiroz (PT).
Além de ser alvo do mandado de prisão temporária, Fernando Márcio Queiroz também teve documentos recolhidos em sua residência e empresa. A Justiça bloqueou R$ 10 milhões da conta pessoal do empresário e R$ 100 milhões da Via Engenharia.
“Para dar continuidade à participação da Via Engenharia, o investigado teve que continuar pagando a propina para que pudesse construir, com o evidente hiperfaturamento, o estádio e obter, conforme os indícios, as vantagens pessoais e financeiras de uma licitação fraudada e obra bilionária por meio de pagamento ao ex-governador Agnelo e seu grupo”, destacou a PF, no pedido de prisão dos acusados.
Os crimes investigados na Panatenaico são de peculato, fraude à licitação, corrupção de funcionários, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Sobre a ação do grupo, os investigadores descreveram que a fraude na licitação e o recebimento criminoso de dinheiro público promoveram uma “verdadeira sangria aos cofres públicos”. Os valores da propina não eram, em geral, repassados via transferência bancária, mas pagamentos em espécie aos atravessadores e até mesmo a beneficiários, garante a PF.
Operação
Agnelo Queiroz e outras nove pessoas são alvo da Operação Panatenaico da Polícia Federal. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (23/5). A suspeita é de fraude e desvio de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão.
As investigações decorrem das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena por meio de consórcio formado com a Via Engenharia. A defesa de Queiroz diz que não vai se manifestar sobre a operação.