1 de 1 homem de roupa branca algemado
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O promotor de Justiça Nathan da Silva Neto qualificou o resultado, que condenou o maníaco Marinésio dos Santos Olinto pelo assassinato da diarista Genir Pereira de Sousa, 47, como um “conforto à sociedade, amigos e familiares”.
O criminoso foi sentenciado a 33 anos de prisão, na madrugada desta terça-feira (19/7). O fato ocorreu em 2019, quando o cozinheiro estuprou, matou e, em seguida, ocultou o corpo da vítima.
Para o promotor, a condenação não se trata apenas de uma resposta penal à prática de um crime: “É mais do que isso, é o processamento de crimes dessa natureza serve como denúncia política das múltiplas formas de violências ainda costumeiramente praticadas contra as mulheres do país”. Nathan ressalta que esse foi mais um passo do “muito trabalho pela frente” para a formulação de políticas públicas.
“Não se pode negar que a condenação de Marinésio fecha um triste capítulo na história das cidades de Planaltina e Paranoá, com um final que, ao menos, conforta a sociedade, amigos e familiares das vítimas, quanto ao funcionamento minimamente satisfatório dos órgãos de repressão e controle”, conclui o promotor que atuou no julgamento.
O advogado da família de Genir, Paulo Alexandre, também comemorou a condenação. Disse que “a justiça dos homens começou a ser feita com o resultado positivo do julgamento”. “Que haja um descanso para Genir Pereira, o que, de toda sorte, acalenta o coração dos familiares e amigos dela”, concluiu.
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Genir, vítima do cozinheiro
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Maníaco confessa assassinato de Genir Pereira de Souza
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Marinésio está preso
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Marinésio é assassino confesso de Genir e Letícia
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Marinésio é acusado de assédio, estupro e homicídio
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Marinésio é assassino confesso de duas mulheres
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Na primeira condenação, o acusado pegou oito anos
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Entenda
A sessão com a decisão condenatória, iniciada às 9h dessa segunda-feira (18/7), sai após três anos do assassinato de Genir.
Os jurados aceitaram todas as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) — estupro, ocultação de cadáver e homicídio quintuplamente qualificado por se tratar de motivo torpe, devido à condição do sexo feminino (feminicídio), com asfixia, dissimulação e objetivo de ocultar outro crime.
Genir estava em uma parada de ônibus, na DF-250, quando Marinésio fingiu ser motorista de transporte pirata, se aproximou e ofereceu-se para transportá-la. A diarista aceitou e entrou no veículo dele. Após o embarque, o criminoso dirigiu por uma estrada de terra, onde estuprou e matou a vítima.
O corpo foi escondido em uma região de mata e encontrado somente na semana seguinte. Marinésio fugiu do local.
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A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a ela, tanto no âmbito público como no privado
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Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral
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A violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause dano emocional, como chantagem, insulto ou humilhação
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Já a violência sexual é aquela em que a vítima é obrigada a manter ou presenciar relação sexual não consensual. O impedimento de uso de métodos contraceptivos e imposição de aborto, matrimônio ou prostituição também são violências desse tipo
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A violência patrimonial diz respeito à retenção, subtração, destruição parcial ou total dos bens ou recursos da mulher. Acusação de traição, invasão de propriedade e xingamentos são exemplos de violência moral
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A violência pode ocorrer no âmbito doméstico, familiar e em qualquer relação íntima de afeto. Toda mulher que seja vítima de agressão deve ser protegida pela lei
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Segundo a Secretaria da Mulher, a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. A pasta orienta que ameaças, violência, abuso sexual e confinamento devem ser denunciados
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A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita pelo 190 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na Central de Atendimento da Mulher pelo 180 ou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona 24 horas
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O aplicativo Proteja-se também é um meio de denúncia. Nele, a pessoa poderá ser atendida por meio de um chat ou em libras. É possível incluir fotos e vídeos à denúncia
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A Campanha Sinal Vermelho é outra forma de denunciar uma situação de violência sem precisar usar palavras. A vítima pode ir a uma farmácia ou supermercado participante da ação e mostrar um X vermelho desenhado em uma das suas mãos ou em um papel
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Representantes ou entidades representativas de farmácias, condomínios, supermercados e hotéis em todo DF que quiserem aderir à campanha devem enviar um e-mail para sinalvermelho@mulher.df.gov.br
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Os centros especializados de Atendimento às Mulheres (Ceams) oferecem acolhimento e acompanhamento multidisciplinar. Os serviços podem ser solicitados por meio de cadastro no Agenda DF
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Homem que jogou água fervente na própria irmã é preso em Manaus
Agência Brasília
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A campanha Mulher, Você não Está Só foi criada para atendimento, acolhimento e proteção às mulheres em situação de violência que pode ter sido consequência, ou simplesmente agravada, pelo isolamento resultante da pandemia. Basta ligar para 61 994-150-635
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Vítimas
Marinésio é acusado de outros casos que envolvem feminicídio e violência sexual contra mulheres. Ele já foi condenado pela morte da advogada Letícia Curado a 34 anos de prisão, crime ocorrido em agosto de 2019.