metropoles.com

Projeto permite a agentes penitenciários fazerem hora extra remunerada

Iniciativa encaminhada pelo governo à CLDF tem o objetivo de amenizar o déficit de pessoal nas cadeias. Impacto em 2019 seria de R$ 10,8 mi

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasilia (DF), 17.01.17 – Caminhada Agentes Penitenciários Local: Museu da República Foto: Giovanna Bembom/Metropoles
1 de 1 Brasilia (DF), 17.01.17 – Caminhada Agentes Penitenciários Local: Museu da República Foto: Giovanna Bembom/Metropoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal (GDF) quer aprovar a gratificação por serviço voluntário para a carreira de atividades penitenciárias. Projeto de lei encaminhado à Câmara Legislativa, em caráter de urgência, estipula o pagamento de R$ 50 por hora trabalhada. A proposição abre a possibilidade de que cada agente faça entre seis e 24 horas a mais por mês. A medida vale tanto para os servidores com a jornada de sete horas ininterruptas quanto para plantonistas.

O projeto traz o impacto previsto para a execução da medida. Somente nos últimos cinco meses de 2019, o gasto seria de R$ 10,8 milhões. Em um ano completo, o investimento chegaria a R$ 25,9 milhões. Os recursos, afirma a proposta, virão do Tesouro local.

Na justificativa da proposição, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, alega que essa é uma medida para “tentar diminuir os efeitos do déficit estrutural e de pessoal, no âmbito da carreira de atividades penitenciárias, sob a responsabilidade da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe)”.

As horas a mais trabalhadas – que precisariam da autorização dos chefes, conforme interesse da administração pública – devem ser destinadas a atividades como fiscalização e monitoração de custodiados, realização de escoltas e outras operações especiais.

Para o presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (Sindpen-DF), Paulo Rogério da Silva, enquanto não é realizado novo concurso público e as pendências de certames anteriores não são resolvidas, a medida é vital para a manutenção da segurança no sistema carcerário.

Segundo Silva, estão na ativa atualmente 1,7 mil agentes de atividades penitenciárias. Eles são os responsáveis por atuar junto a 18 mil presos. Ou seja, em uma conta linear, seria um servidor para cada grupo de 10 presidiários, quando o recomendado é um para cada cinco.

Porém, a situação é muito pior, alega o sindicato. “Durante o expediente, a média é de um servidor para 17 detentos. No plantão, essa situação é mais grave. Em algumas unidades, chega a um para 300. Alguma medida precisa ser tomada antes que aconteça uma tragédia. Temos o cancelamento de escoltas judiciais e o sistema carcerário está repleto de facções. Essa gratificação criará um outro efetivo no horário de folga para nos ajudar”, disse o presidente da entidade representativa.

“Os agentes penitenciários também fazem a vistoria do cumprimento da prisão domiciliar, acompanham o serviço para remissão de pena, entre outros. Todos, hoje, estão prejudicados. A fiscalização, por exemplo, é feita por amostragem”, acrescentou o presidente do Sindpen.

A exposição de motivos do projeto traz dados um pouco mais conservadores que os do sindicato, mas ainda assim alarmantes. De acordo com o documento, o Sistema Penitenciário do Distrito Federal conta atualmente com seis estabelecimentos prisionais e custodia 16.547 presos. Porém, dispõe de capacidade duas vezes menor, com 7.398 vagas. Os números não levam em conta o número de pessoas em prisão domiciliar ou outros condenados com penas diferentes da privativa de liberdade.

Como o projeto de lei chegou em regime de urgência para o deputados, a apreciação deve ser célere. Havia a expectativa de os distritais apreciarem a medida nesta terça-feira (13/08/2019), durante sessão itinerante realizada no Sol Nascente, que faz parte do programa Câmara Mais Perto de Você. Porém, ficou acordado que a medida vai a plenário somente na próxima terça (20/08/2019).

Reivindicações

A proposta do GDF surge num momento em que os servidores da área cobram melhorias. Em julho deste ano, a categoria realizou assembleia com indicativo de greve e apresentou uma pauta de 35 reivindicações. O déficit de pessoal estava entre as reclamações. O pedido inicial era para a contratação de pelo menos 1,3 mil servidores, problema que pode ser amenizado com o serviço voluntário.

Outra reivindicação do Sindpen é o investimento em ressocialização. Pelos cálculos do sindicato, ao menos a metade dos detentos do DF está em condições de trabalhar, mas não há quem ofereça profissionalização nem agentes de segurança suficientes para o monitoramento desses presos em trabalhos externos.

“O detento que entrar nesses programas tem que fazer cursos de qualificação, como aprender a ser torneiro mecânico, por exemplo. Costurar bolas e fazer artesanato não é suficiente”, pondera Paulo Rogério da Silva.

Além de melhorias das condições de trabalho, a categoria pede aumento no tíquete-alimentação, concessão de vale-transporte e pagamento de insalubridade no grau máximo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?