Projeto Mulheres Inspiradoras integra política de educação no DF
Portaria assinada pela Secretaria de Educação prevê que as escolas tenham um acervo literário específico de obras escritas por mulheres
atualizado
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Criado em 2015 em Ceilândia, pela professora Gina Vieira Pontes (foto em destaque), o projeto “Mulheres Inspiradoras” agora é uma política pública de valorização de meninas e mulheres do Distrito Federal. A medida faz parte da portaria assinada pela Secretaria de Educação no fim de maio.
A iniciativa desenvolvida na rede pública de ensino busca promover uma reflexão sobre gênero feminino e combater o preconceito por meio da literatura.
A portaria prevê um acervo literário específico de obras escritas por mulheres. Ao virar uma política pública, passa a ser uma responsabilidade do Estado, tornando-se uma ação reconhecida e vivenciada em diferentes unidades escolares.
Inicialmente, Gina sugeriu aos alunos que lessem livros de mulheres como Anne Frank e Malala Yousafza e, ao fim do projeto, contassem a história de alguma personagem feminina da cidade.
A professora levou uma seleção de livros com narrações de mulheres de classes sociais, etnias, escolaridades e idades diversas para trazer uma reflexão dos estudantes sobre mulheres na sociedade. O objetivo da professora era levar os jovens a perceberem o protagonismo da mulher em diferentes situações e posições sociais.
O sucesso foi tamanho, que conquistou diversos prêmios nacionais e internacionais, entre eles o 1º lugar nas etapas nacional e internacional do prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos – Óscar Arnulfo Romero, e também o prêmio Professores do Brasil, ambos realizados pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).
Gina aponta que o PMI tem por visão o “aprimoramento das atividades oferecidas nas unidades escolares por meio de procedimentos pedagógicos e de gestão no âmbito da Secretaria de Estado de Educação do DF”, destaca.
Dentre os objetivos, destacam-se a valorização da cultura de meninas e mulheres, a repressão às formas de violência contra a mulher e a promoção da leitura e da escrita na perspectiva de uma educação para os direitos humanos.
Diretor e Chefe da Representação da Organização dos Estados Ibero-americanos no Brasil (OEI), Raphael Callou aponta que “é uma grande satisfação contribuir para que temas e abordagens, como aqueles desenvolvidos no Projeto Mulheres Inspiradoras, possam ganhar dimensão e lastrear políticas públicas em maior escala, gerando efeitos estruturadores na política de garantia dos Direitos Humanos a partir da educação”, diz.
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