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Projeto de lei quer obrigar linguagem inclusiva em documentos oficiais

Com a linguagem inclusiva, um texto oficial deveria conter, por exemplo, as palavras “todos e todas”, sem reduzir à flexão masculina

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Entrevista com a deputada  Erika Kokay. Brasília(DF), 16/11/2018
1 de 1 Entrevista com a deputada Erika Kokay. Brasília(DF), 16/11/2018 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Uma deputada federal protocolou um projeto de lei que obriga o uso da linguagem inclusiva de gênero em documentos oficiais. O texto, de autoria de Erika Kokay (PT-DF), quer que atos normativos, editais e outros documentos da Administração Pública tragam o “uso de vocábulos que designem o gênero feminino em substituição a vocábulos de flexão masculina”.

“Quando da referência a cargo, emprego ou função pública ou posto, patente ou graduação, far-se-á a devida flexão do respectivo gênero de acordo com o sexo ou identificação de gênero do ocupante ou da ocupante, utilizando-se recursos de flexão e concordância da língua portuguesa”, diz o projeto de lei.

Na prática, com a linguagem inclusiva, um texto oficial deveria conter, por exemplo, as palavras “todos e todas”, sem reduzir os vocábulos à flexão masculina para se referir a homens e mulheres. É importante destacar que o projeto de lei proposto não pede o uso de flexões como o “todxs” ou “todes”, que fazem parte da linguagem neutra.

Erika Kokay propõe que os nomes dos cargos, empregos, funções, profissões, documentos de identificação e quaisquer designações que recebam encargos públicos da Administração Pública, inclusive as patentes, postos e graduações das Forças Armadas, tenham a flexão de gênero, “de acordo com o sexo ou identificação de gênero do ocupante ou da ocupante”.

A justificativa para o projeto de lei argumenta que, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019, a maioria da população brasileira é do sexo feminino.

Citando ainda dados de uma revista adolescente — famosa por notícias de moda, artistas e fofocas —, o texto protocolado na Câmara dos Deputados diz que mulheres são maioria nas universidades brasileiras, sustentam quase metade dos lares, são a maioria dos leitores e maioria na produção de artigos científicos.

“Ora, a cada dia, passos precisam ser dados para a mudança de cenário no que concerne à superação da desigualdade de gênero. Nesse sentido, este Projeto de Lei estabelece a obrigatoriedade da utilização da linguagem inclusiva de gênero na redação de atos normativos, editais e demais documentos oficiais no âmbito da Administração Pública, direta e indireta, de todos os entes e Poderes da República”, afirma.

O texto ainda não tem data para ser analisado.

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