Professores sobre volta às aulas: “Só dúvidas. Ainda falta plano de retorno”
Sinpro espera se reunir com GDF antes do retorno das aulas presenciais, em 2 de agosto. Documento com perguntas foi encaminhado à secretaria
atualizado
Compartilhar notícia
O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) encaminhou documento à Secretaria de Educação, ao Ministério Público do DF (MPDFT) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) com pelo menos 80 dúvidas a serem esclarecidas antes do retorno às aulas presenciais na rede pública de ensino, previsto para o próximo dia 2 de agosto. No texto, os profissionais da educação solicitam do GDF um plano de retorno às atividades nas 686 instituições da capital, que atendem 452 mil alunos.
Os questionamentos vão desde os mais simples, como limpeza das salas durante o tempo em que os alunos estiverem estudando, rotina de lanches e se haverá distribuição de máscara, até dúvidas complexas sobre como será a situação de professores que só tomaram a primeira dose da vacina e o apoio de outros profissionais dentro das instituições de ensino.
A Secretaria de Educação já divulgou que o retorno será híbrido, com aulas em semanas alternadas para manter metade dos alunos em sala de aula e a outra metade pela internet. Assim, será possível organizar o espaço com intervalos entre as cadeiras, possibilitando o distanciamento a fim de reduzir a contaminação com o vírus da Covid-19. Também já foi publicada a compra de termômetros e de álcool em gel com dispensers espalhados pelas instituições.
“Os gestores se reuniram com o secretário de Educação para falar sobre a volta. No entanto, foi uma reunião com parâmetros superficiais. Temos muitas dúvidas ainda. Por isso, encaminhamos o documento. Estamos no aguardo da pasta para prestar informações”, disse Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro.
Para a gestora da entidade, o GDF precisa apresentar protocolos de medidas aos funcionários, professores que não querem se vacinar, aos que já se imunizaram e aos só tomaram a primeira dose do imunobiológico.
“É preciso organizar e planejar um Plano de Retorno que permita viabilizar a segurança de vida e de saúde para os cerca de 40 mil profissionais e meio milhão de estudantes”, diz o documento.
Rosilene afirma que a comunidade escolar precisa se readaptar à realidade das aulas presenciais. “Não estamos voltando de férias. Estamos retornando em uma pandemia. As pessoas ainda estão morrendo. Precisamos saber os protocolos a serem adotados, como serão adotados, como vamos proceder. Aguardamos essas diretrizes da Secretaria de Educação”, completou.
Veja algumas das indagações ao GDF:
Reformas com Pdaf
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Educação para saber sobre as indagações e a respeito do plano de retorno às aulas. A pasta informou que todas as escolas da capital passaram por algum tipo de reforma durante a pandemia. Em 2020, foram R$ 210 milhões disponibilizados por meio do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) e, em 2021, nos primeiros seis meses, R$ 105 milhões.
A verba foi destinada para pintar as escolas, colocar novos telhados, reformar banheiros e instalar dispensers de álcool em gel, entre outros. A pasta informou ainda que o “plano de retorno das atividades presenciais será divulgado nos próximos dias”.
Desde 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, as escolas públicas do DF fecharam as portas para evitar contaminação. O ano letivo de 2021 seguiu de maneira remota, mesmo assim os recursos do PDAF continuaram a ser pagos normalmente para as unidades escolares.
Os valores disponibilizados foram para melhorias e manutenções necessárias a fim de que os locais estivessem prontos para a volta às aulas presenciais no dia 2 de agosto.