Professor morto após ser envenenado em escola no DF é enterrado
Odailton Charles estava internado desde a semana passada, depois de beber suco de uva e passar mal em reunião na escola onde trabalhava
atualizado
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Amigos e parentes se despediram, nesta quinta-feira (06/02/2020), do professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos. Ele morreu após ser envenenado na escola onde trabalhava, no Centro de Ensino Fundamental (CEF) da 410 Norte. O enterro foi realizado no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
A cerimônia de despedida ocorreu pouco após peritos do Instituto de Criminalística (IC) e médicos legistas do Instituto de Medicina Legal (IML) concluírem que o professor Charles, como era conhecido, morreu vítima de intoxicação provocada por um raticida. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
Encaminhado ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) na quinta-feira (30/01/2020), o docente ficou na unidade de saúde até a última terça-feira (04/02/2020), quando morreu.
O Metrópoles teve acesso com exclusividade ao prontuário do professor. O documento, emitido por médicos do Hran, aponta intoxicação, provavelmente causada por algum organofosforado, substância presente em inseticidas e agrotóxicos.
O velório do docente ocorreu durante esta quinta-feira (06/02/2020), na Igreja Adventista de Águas Claras. Depois, o corpo foi levado ao Campo da Esperança da Asa Sul para sepultamento.
Enquanto participava de uma reunião na escola onde foi diretor por seis anos, Charles tomou um suco de uva. Poucos minutos depois, começou a passar mal.
Durante a crise, enviou áudios angustiantes a familiares e colegas, pedindo socorro e detalhando seu estado de saúde. O educador chegou a dizer nas gravações de WhatsApp que desconfiava de alguma substância estranha em sua bebida.
“Alguém me ajuda, alguém me ajuda. Eu cheguei aqui, tomei um suco e acho que colocaram laxante, estou com muita diarreia”, disse Odailton.
Uma servidora que estava com o docente em reunião e presenciou o episódio telefonou para a esposa de Charles e informou que ele estava passando mal. A mulher do educador sugeriu que o marido fosse levado ao hospital. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conduziu o ex-diretor ao Hran.
Confira o áudio:
Dificuldades com colega
Segundo a reportagem apurou com pessoas próximas ao professor, Charles chegou a relatar dificuldade de relacionamento com uma colega da escola, justamente quem teria lhe oferecido o suco no dia da reunião.
Em uma das mensagens enviadas a um amigo que também trabalha na instituição, o docente pontuou que sua interlocutora “estava com a cara de poucos amigos”. Frisou ainda que não queria beber o suco, mas acabou aceitando a bebida para não fazer desfeita. O professor desconfiava de que o líquido teria lhe feito mal.
O Metrópoles não vai divulgar o nome da servidora porque o caso está sob apuração.