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Professor envenenado em Brasília tinha ligação com desvio na Educação

Indícios apontam para possível emissão de notas fiscais frias por empresas integrantes do esquema criminoso

atualizado

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O Metrópoles apurou que o professor Odailton Charles de Albuquerque Silva (foto em destaque), 50 anos, morto por envenenamento em 4 de fevereiro do ano passado, tem ligação com o uso irregular de recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) da Secretaria de Educação. As fraudes ocorreram entre 2018 e 2020.

Informações obtidas pela reportagem indicam que o ex-diretor do Centro de Ensino Fundamental (CEF) da 410 Norte cometeu suicídio. Ele morreu no Hospital de Base, cinco dias após ingerir suco de uva com “chumbinho”.

Atos que teriam sido executados por Silva são o foco da Operação Quadro Negro, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) na manhã desta terça-feira (10/8).

A operação acontece dias depois que o Metrópoles denunciou que a Secretaria de Educação havia gastado R$ 5 milhões de uma verba que deveria ser exclusiva de escolas do DF em reforma de prédio. Na ocasião, a reportagem mostrava que o recurso foi usado de modo irregular na reforma de um prédio histórico de Brasília e que integra o patrimônio da Secretaria de Educação. Localizado na 607 Norte, o local passou por melhorias consideráveis para servir como sede da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto (Crepp).

Policiais fizeram buscas na sede da Secretaria de Educação. A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão à Corrupção e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) e das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Difusos (Proreg).

Os indícios apontaram para possível emissão de notas fiscais frias por empresas integrantes do esquema criminoso, as quais recebiam verbas públicas do Pdaf sem fornecer bens ou prestar serviços.

Confira imagens da Operação Quadro Negro:

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As inscrições vão até 10 de novembro
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PCDF/Divulgação
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PCDF/Divulgação
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As inscrições vão até 10 de novembro

PCDF/Divulgação

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em empresas e nas residências dos empresários, em localidades como Asa Norte, Asa Sul, Guará, Samambaia, Sobradinho e Taguatinga. Os policiais também cumpriram medidas judiciais na Coordenação Regional de Ensino de Plano Piloto e na Diretoria de Prestação de Contas (Dipresc), da Subsecretaria de Administração Federal (Suag), da Secretaria de Educação. Participaram da ação 60 policiais civis, entre delegados, agentes, escrivães e peritos criminais.

Segundo a PCDF, as diligências visam à obtenção de elementos probatórios para subsidiar as investigações em andamento, assim como identificar demais envolvidos nos desvios de verbas públicas do programa.

Em nota, a Secretaria de Educação informou que, “em nome da transparência, acompanha e apoia as investigações da Polícia Civil”. “A secretaria espera firmemente que todas as ações sob investigação, por fim, provem-se lícitas e benéficas à educação do DF”, completou.

Morte

O caso ocorreu em janeiro de 2020. Desde que as apurações começaram, investigadores da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) ouviram mais de 30 pessoas, entre parentes, testemunhas e funcionários da escola pública.

Veja imagens do caso: 

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Delegado Laércio Rossetto, que investigou o caso
A escola foi alvo de perícia
A escola foi alvo de apuração
Muitos policiais estiveram no local
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A escola onde o professor trabalhava foi palco de reconstituição

Myke Sena/Especial para o Metrópoles
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Delegado Laércio Rossetto, que investigou o caso

Mike Sena/Especial para o Metrópoles
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A escola foi alvo de perícia

Mike Sena/Especial para o Metrópoles
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A escola foi alvo de apuração

Mike Sena/Especial para o Metrópoles
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Muitos policiais estiveram no local

Mike Sena/Especial para o Metrópoles
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Mirelle PInheiro/Metrópoles
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Odailton Charles morreu quatro dias depois, no Hospital de Base

Facebook/Reprodução
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O professor morreu por envenenamento

Reprodução
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Odailton Charles

Reprodução
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Familiares se despediram do professor

Andre Borges/Esp. Metrópoles
Relembre o caso

De dentro da escola, onde participaria de reunião, o professor Odailton enviou áudios angustiantes a familiares e colegas, nos quais pedia socorro e detalhava seu estado de saúde.

O docente chegou a dizer, nas gravações de WhatsApp, que desconfiava da existência de alguma substância estranha em sua bebida. Contou ainda ter ingerido um suco de uva oferecido por uma colega da escola, mas a informação nunca foi confirmada pela PCDF.

Confira o áudio:

À época, a direção do CEF 410 Norte informou, em nota, que nenhum funcionário do colégio ofereceu qualquer “substância líquida” a Charles, como Odailton era tratado. “A única substância líquida que o professor Charles ingeriu no CEF 410 Norte foi água, o que o fez por vontade livre, colhendo-a na sala dos professores diante de outras pessoas”, destacou a direção do colégio.

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