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Professor da UnB é vítima de homofobia em bar do DF: “Beijo incomodou”

Educador conta que um cliente teria se irritado ao vê-lo beijar o companheiro. Deboche! Bar repudia o ato e diz prestar apoio à vítima

atualizado

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Pessoas em mesa de bar à noite
1 de 1 Pessoas em mesa de bar à noite - Foto: DF Legal/Reprodução

Um professor da Universidade de Brasília (UnB), de 37 anos, diz ter sido vítima de homofobia, no último domingo (15/5), no Deboche! Bar, estabelecimento na 201 Norte. Segundo o docente, um cliente que estava no local teria se incomodado ao vê-lo beijar o companheiro e foi reclamar com o objetivo de que o casal parasse.

O educador, que pediu para não ser identificado, relata que estava no bar com amigos, por volta de 19h de domingo, onde havia uma roda de samba. “Eu estava cansado de dançar e falei para os meus amigos que iria sentar um pouco com o meu parceiro. Aí, eles ficaram um pouco mais longe, e nós fomos sentar. Como só tinha uma cadeira, ele sentou no meu colo, e a gente se beijou”, conta.

Pouco depois, o homem percebeu que havia uma movimentação ao seu redor. “Fui lá ver o que estava acontecendo, porque meus amigos estavam com uma cara séria. Foi quando soube que um homem da mesa ao lado havia chamado minha amiga para ela pedir que a gente parasse de se beijar porque estava incomodando ele”, relata.

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Professor da UnB registrou boletim de ocorrência na 5ª DP
Estabelecimento diz prestar apoio às vítimas
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O Deboche! Bar fica na 201 Norte

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Professor da UnB registrou boletim de ocorrência na 5ª DP

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Estabelecimento diz prestar apoio às vítimas

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A nutricionista Carolina Abreu, 25 anos, é amiga da vítima e testemunhou o momento. “Ele estava com o parceiro dele, que é nosso amigo também, e este senhor se aproximou e falou diretamente comigo para que eu pedisse que eles parassem, imediatamente, de se beijar. Disse que ele não queria que a filha dele visse isso, mas ele estava sozinho lá”, narra a jovem.

Ela, porém, disse que não pediria isso ao casal. “Foi quando esse senhor voltou com três seguranças, dizendo que estava incomodando, que era para parar. Ameaçou ‘enfiar a mão na cara’ de um amigo meu e disse que, se eles continuassem, iria chamar a polícia.”

Quando o professor da UnB entendeu do que se tratava, acionou a polícia. Segundo Carolina, mesmo com os militares no bar, o homem continuou exaltado. “Ele me disse: ‘Espero que não tenha família aqui para você ver o que pode acontecer’. Estava muito alterado, parecia bem desequilibrado. Chamou meu amigo de ‘viadinho’ na frente dos policiais”, comenta a jovem.

Os envolvidos foram então à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), onde foi registrado um boletim de ocorrência contra o suspeito, que não teve o nome revelado pela PCDF.

Combate à homofobia

Nessa terça-feira (17/5), foi celebrado o Dia Internacional de Combate à Homofobia. Para o docente da UnB, a ideia de divulgar o caso não é apenas por ele. “Eu sou concursado, sou professor efetivo, posso frequentar o local que eu quiser. Mas imagina quem é pobre, preto e gay. Acho que não podemos mais nos calar com esse tipo de coisa”, enfatiza.

Além do registro da ocorrência da delegacia, ele diz que ingressará na Justiça com um processo criminal contra o suspeito. “Porque houve ameaça de agressão contra o meu advogado, que é meu amigo também.”

O que diz o bar

Segundo o professor, o bar prestou apoio ao casal vítima de homofobia. “O Deboche é conhecido por ser um lugar alternativo, que recebe bem o público LGBTQIA+. Eles foram muito atenciosos e prestaram apoio. O bar estava cheio, mas ficou todo mundo contra esse rapaz”, frisa a vítima.

Em nota, o estabelecimento repudiou o ato homofóbico e disse que “condena qualquer tipo de ação preconceituosa e/ou intolerante”.

“Nossa equipe é treinada para prestar acolhimento à vítima e, posteriormente, acionar a polícia com a permissão do agredido. Infelizmente, casos como esse estão por toda a parte e só serão vencidos se todos estivermos unidos. Preconceituosos não são e, nunca serão, bem-vindos no Deboche. Em tempos como esses, é preciso amor e ação. Sócios e funcionários estarão ao lado da vítima até que todos os fatos sejam apurados.”

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