Professor da UnB ameaçou outra ex-namorada: “Você não viu nada”
O docente de 45 anos, que trabalha no Departamento de Medicina da UnB, é acusado de lesão corporal, ameaça e injúria
atualizado
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O professor de patologia clínica do Departamento de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Rivadávio Fernandes Batista de Amorim, 45 anos, acusado de agredir a ex-namorada em 21 de julho, possui mais passagens pela polícia por ameaçar outra vítima. O caso ocorreu há cinco anos. Na época, a mulher registrou boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam) da Asa Sul.
Em depoimento policial, ao qual o Metrópoles teve acesso, a vítima relatou que namorou Rivadávio por cerca de um mês, em 2017. Após romper com o docente, descobriu que o professor matinha relação amorosa com outra mulher ao mesmo tempo em que estava com ela.
Segundo a vítima, o professor tinha perfil agressivo. Após ter sido confrontado sobre a suposta traição, ele começou a xingá-la e ameaçá-la. Na ocasião, ela enviou uma mensagem ao docente, a fim de informá-lo de que tinha conhecimento do outro relacionamento.
Rivadávio, porém, teria passado a respondê-la de forma descontrolada, com ofensas morais, tais como: “Homens que se aproximam de você querem uma moleca para trepar. Depois de ter tomado um belo pé na bunda, foi fazer mal à minha mulher. No seu caso, não conheço tratamento para puta, louca, idiota, babaca…”.
Além das ofensas, o docente da UnB teria a ameaçado. “Se você se aproximar da minha mulher e de meus filhos, terá a resposta que merece. Se acha que eu sou doido, não viu nada. Estou avisando, se você ousar”, teria dito o homem.
O acusado também teria enviado uma foto de ferimento em sua mão, alegando ter sido atacado na porta da casa dele, acusando a vítima de estar por trás da suposta agressão.
Após registro da ocorrência, a ex-namorada também obteve medidas protetivas contra o professor, assim como a mais recente vítima.
“Extremamente perigoso”
Uma terceira mulher, com quem Rivadávio manteve relacionamento por cerca de um ano e meio, o define como “extremamente perigoso”. A vítima, que prefere não se identificar, relata ter sofrido violência psicológica por parte do docente.
“Com o tempo, fui descobrindo que ele se relacionava com várias mulheres ao mesmo tempo. Além disso, também se aproveitava para furtar dinheiro e pertences de valor, como joias das companheiras”, detalha.
De acordo com ela, o professor universitário tinha um comportamento manipulador. “Ele passou a querer controlar meus horários, minha vida e o meu dinheiro também. Ele é insano. Teve uma vez que até quebrou meu celular”, revela.
“É desesperador ver mais mulheres passando pela mesma situação. A gente fica à mercê de uma pessoa, sem poder fazer nada, tentando preservar a família e a carreira. Você passa por situações absurdas”, lamenta.
“Vou te matar”
A mais recente vítima de Rivadávio tem 44 anos e registrou boletim de ocorrência por lesão corporal, ameaça e injúria contra o professor de patologia clínica na sexta-feira (22/7), na Deam, em Ceilândia.
Os dois voltavam para o apartamento do educador, em Taguatinga, por volta das 9h, quando o episódio, motivado por ciúmes, teria ocorrido. “Um morador do condomínio que eu não conhecia nos cumprimentou e comentou sobre o tempo naquele dia, e eu respondi educadamente. Quando entramos na casa dele, ele falou que não tinha gostado e começou a agir agressivamente”, detalha.
Segundo a mulher, Rivadávio começou a xingá-la, chegou a puxar os cabelos dela e ameaçou matá-la com uma faca. Em determinado momento, o professor furou um colchão com a lâmina e prendeu a vítima em um dos quartos.
“Ele ainda me mordeu, me chutou e me bateu. Depois, me trancou com o ar-condicionado na temperatura mais fria e quebrou meu celular. Foi horrível, não tive como pedir ajuda a ninguém”, lamenta a ex-namorada do docente.
O casal estava sozinho no imóvel do agressor, e a violência perdurou até o fim da tarde daquele dia. Depois de muito tempo, o professor da UnB expulsou a mulher da casa dele, momento em que ela conseguiu pegar suas coisas e sair do local.
“Antes de estragar meu aparelho, ele apagou todos os meus arquivos. Não consegui recuperar nada. Antes de sair, ainda o avisei que iria a uma delegacia para denunciá-lo. Debochado, ele me disse: ‘Se você for na delegacia, vou te matar’”, relata a mulher.
O Metrópoles tentou entrar em contato com Rivadávio por e-mail e por um telefone fixo, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.