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Procurado pela Interpol, Cacai Toledo estava escondido em Samambaia

PCGO prendeu Cacai Toledo, que estava na lista de procurados da Interpol, em um apartamento na região administrativa de Samambaia, no DF

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1 de 1 Imagem colorida de homem com camiseta preta - Foto: Reprodução/PCGO

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) trabalhou por meses para descobrir o paradeiro de Carlos César Savastano Toledo (foto em destaque), conhecido como Cacai Toledo. Ele teve o nome inserido na lista de procurados da Interpol há dois meses por determinação da Justiça goiana. As hipóteses sobre o lugar onde ele se escondia incluía outros estados e até mesmo países como Argentina e Paraguai. No entanto, o acusado de mandar matar um empresário viveu o último mês em uma quitinete na Samambaia.

Cacai Toledo foi preso nessa segunda-feira (3/6) no Distrito Federal. O Judiciário de Goiás está providenciando que ele seja encaminhado para o estado, onde já possui um pedido de prisão preventiva em aberto. A PCGO ainda vai investigar se o foragido recebeu alguma ajuda para se esconder na capital federal.

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Vídeo: veja o momento em que Cacai Toledo é preso pela PCGO

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O foragido chegou a ser ex-presidente do Democratas (atual União Brasil) na cidade de Anápolis, Goiás, e foi o principal coordenador de campanha do partido em 2018. Ele é apontado como o autor intelectual do assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante.

Escobar denunciava um esquema de propina e crimes em Anápolis em 2019. Ele foi morto dois anos depois, em uma emboscada. Cacai Toledo era considerado foragido pelo assassinato desde o fim do ano passado, quando teve a prisão decretada.

Em fevereiro, a Justiça de Goiás aceitou a denúncia que acusa Cacai Toledo. Segundo as investigações, o político era o principal alvo das denúncias feitas pela vítima. Eles chegaram a trabalhar juntos durante eleições no estado, em 2018.

Thiago Torres, delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), indicou que a captura de Cacai Toledo ocorreu sem qualquer tipo de negociação com a defesa. O homem foi encontrado sozinho e não ofereceu resistência aos policiais.

“Foram vários endereços. Nós ainda não contabilizamos todos, mas fizemos diligências nos estados do Paraná, São Paulo, Brasília, vários endereços em Brasília, fomos em Minas Gerais. Passamos, inclusive, na tríplice fronteira, Brasil, Paraguai e Argentina”, comentou Torres.

Assassinato de empresário

“Ou pega ou morre”, teria dito o empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante ao mencionar uma tentativa de suborno que recebeu pouco depois das eleições de 2018. Coordenador político, o homem fez diversas denúncias contra esquema de propina e crimes em Anápolis, Goiás, em 2019.

Na época da proposta, ele contou que não aceitou a quantia de R$ 150 mil. Ele acabou sendo assassinado anos depois conforme a promessa relatada. Sua execução ocorreu em 2021, desencadeando outras sete mortes em uma longa queima de arquivo e prendendo policiais militares envolvidos em chacinas.

No mesmo vídeo em que o empresário assassinado comenta sobre a propina, há duras críticas ao político: “A Justiça vai mostrar quem que é o vilão e quem é a vítima. Porque o Carlos César Toledo, com toda a sua habilidade para o mal, que nem acredita em Deus, eu acredito em Deus e tenho dois filhos para criar, mas não vou ficar calado com medo de morrer porque Deus sabe a hora de todo mundo. O Carlos César é um bandido”.

Segundo documentos aos quais o Metrópoles teve acesso, Fábio Alves Escobar foi atraído para uma emboscada por indivíduos que, se passando por compradores de um imóvel, marcaram encontro utilizando um celular.

Foi esse aparelho de telefone que acabou gerando a morte das outras pessoas em tentativas de queima de arquivos. Além dos três PMs diretamente ligados à execução do empresário, mais sete policiais foram indiciados pelos crimes relacionados. Eles devem responder em processos diferentes por tipificações como furto, fraude processual e homicídio.

De acordo com o inquérito policial conduzido pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Cacai Toledo demonstrou descontentamento diversas vezes com as denúncias e críticas que a vítima estava divulgando.

Em 2020, Cacai Toledo se tornou diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), mas perdeu o posto após ser preso por suspeita de fraudes em licitações na companhia. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular as provas contra o político na investigação de corrupção em abril deste ano.

O Metrópoles tenta contato com o advogado de Cacai Toledo: “A defesa informa que estava em tratativas com as autoridades competentes para apresentar Carlos César Savastano de Toledo, cuja única exigência sempre foi de que sua vida seja protegida”.

“Ele teme, com razão, os verdadeiros mandantes do crime praticado contra Fábio Escobar. Agora, com o cumprimento do mandado de prisão, confia que sua integridade seja preservada pelas forças de segurança pública, Ministério Público e Poder Judiciário”, continuou a nota da defesa.

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