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Procura por abrigos públicos durante a pandemia aumentou 248% no DF

Só no ano passado, mais de 2 mil pessoas passaram por abrigos da Sedes. Em 2019, foram 593

atualizado

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JP Rodrigues/Especial Metrópoles
Barracos em gramado
1 de 1 Barracos em gramado - Foto: JP Rodrigues/Especial Metrópoles

Desde o início da pandemia no Distrito Federal, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) registrou um expressivo aumento de moradores em situação de rua acolhidos em abrigos temporários. Segundo dados da própria pasta, os atendimentos em 2020 tiveram incremento de 248% em relação a 2019 e, neste ano, o número deve ser ainda maior.

De acordo com o levantamento, 1.208 pessoas já passaram pelas unidades da Sedes apenas nos primeiros quatro meses de 2021. No ano inteiro de 2020, 2.069 habitantes da capital em situação de rua estiveram nas casas de acolhimento e, em 2019, 593.

O alto número não é surpresa para Rogerio Barba, ativista político na área. As estimativas dele, que coordena uma rede com mais de 30 instituições voltadas para essa população é de que o número de pessoas nas ruas tenha dobrado com a pandemia. “Sempre se disse que eram cerca 2,5 mil, mas, agora, deve ter em torno de 4,5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade”, comenta.

A rede de solidariedade da qual ele faz parte teve a iniciativa de arranjar celular e bicicleta para moradores de rua fazerem entregas por aplicativo. “Se o cara faz R$ 40 por dia, no fim do mês já tem R$ 1,2 mil. Ele só precisa da oportunidade”.

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A rede de solidariedade dele entregou mais de 80 mil marmitas em 2020
Cestas básicas também são doadas
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Rogerio atua em todo o DF

Arquivo pessoal
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A rede de solidariedade dele entregou mais de 80 mil marmitas em 2020

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Cestas básicas também são doadas

Arquivo pessoal

Oportunidade que teve Thiago Pereira, 28 anos. Depois de 10 anos morando nas ruas e outros seis preso, ele teve a chance de recomeçar como responsável pela reforma do banheiro do Setor Comercial Sul (SCS). “Foi dedicação minha. Viram que eu era uma pessoa confiável e me deram a chance”, diz.

Agora ele deixou de viver nas ruas do Núcleo Bandeirante e alugou uma quitinete no Paranoá. “Agradeço a Deus todos os dias”, afirma.

Thiago diz que realmente notou um movimento maior de pessoas em situação de rua na região onde trabalha e espera que todos tenham a oportunidade de melhorar, assim como ele. “Escuto muitas histórias de pessoas que passam ali. Quando vejo que está no caminho certo, sempre dou apoio”, relata.

O que diz a Sedes

Segundo a Secretaria de Ação Social, desde 2019 há um projeto “para uma grande ampliação das vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua através de casas de passagem”. Em 2019, foram pactuadas 320 vagas de acolhimento junto ao Instituto Inclusão.

Já em 2020, a Sedes afirmou que concluiu um edital de chamamento público para a implantação de mais 600 vagas de acolhimento. Ainda no ano passado, foram implantados “dois alojamentos provisórios e emergenciais para acolher população em situação de rua, num total de 400 vagas, hoje em operação apenas a unidade de Ceilândia”.

Neste ano, a secretaria fechou um dos abrigos emergenciais e “pactuou 200 vagas com o Instituto Tocar, fruto do resultado do edital das 600 vagas”. Segundo a pasta, “já está em processo a pactuação de mais 200 vagas junto ao Berço da Cidadania, também como resultado do edital de 600 vagas”.

A Sedes diz que o número aumentou “em razão da maior oferta de vagas e de mais equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social trabalhando, o que provocou uma maior demanda para o serviço de acolhimento a partir de maior vinculação das equipes com as pessoas em situação de rua. Além, também, da pandemia da Covid-19”.

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