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Privacidade não é definição trivial, diz especialista em tecnologia

Assunto foi abortado no evento “Cibersegurança: usuários, corporações e nações sob ataque”, promovido pelo Metrópoles e pela revista Época

atualizado

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André Borges/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 Evento-Cibersegurança-8 - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

O terceiro painel tech talkCibersegurança: usuários, corporações e nações sob ataque”, evento promovido nesta segunda-feira (23/09/2019) pelo Metrópoles e pela revista Época, falou sobre “Privacidade, um luxo na vida digital”. Jornalista especialista em tecnologia, Pedro Doria (foto em destaque) realizou a palestra na Biotic, o Parque Tecnológico de Brasília. O evento reúne os maiores especialistas e autoridades do país para debater questões sob três diferentes prismas: internautas, empresas e governos.

Segundo Doria, a definição de privacidade não é trivial. Ele lembrou que, ao longo da história da humanidade, diversos hábitos antigos simples na época, hoje não teriam mesma interpretação. “Banheiros na Roma Antiga eram públicos; tribos indígenas ofereciam as filhas para dormir com visitantes; na antiga aristocracia na Holanda, as filhas de nobres tomavam banho nuas diante dos empregados”, enumera Doria.

O especialista, aliás, falou muito sobre história e como a tecnologia moldou a humanidade. “Surgiu a primeira grande tecnologia do homem: a fala. A partir daí, a sociedade começou a nascer. Na sequência, surgiram a escrita, a contagem e a estocagem”, contou Doria. Então, a revolução industrial substituiu a força. Seguindo o raciocínio, para o jornalista, a revolução digital substituiu o cérebro. “No ano que vem, serão lançados carros inteligentes no Japão, em homenagem aos jogos olímpicos. Os automóveis poderão seguir em frente sem o motorista ao volante. O avanço em tecnologia vai acabar com as profissões com padrões repetitivos. Segundo a UnB, até 2026, 30 milhões de empregos serão extintos pela revolução digital”, analisa.

Dados obtidos

Doria falou sobre a Cambridge Analytics — a empresa teria conseguido acesso aos dados de usuários do Facebook nos últimos anos. De acordo com informações obtidas por ela, pelos traços de personalidade, foi possível ter uma pista sobre a posição política do indivíduo. São tendências a uma posição. “O que a Cambridge Analytics fez foi usar o Facebook para aplicar um questionário, mas a inscrição mapeou o círculo de amizades, com foco nas curtidas”, diz.

Com isso, segundo o especialista, foi possível, por exemplo, direcionar a campanha para presidente dos Estados Unidos no em Wisconsin, um lugar que geralmente votava mais à esquerda. “Por outro lado, é possível municiar campanhas publicitárias para influenciar as pessoas”, argumenta. De acordo com Doria, não é possível ter plena certeza de que funcionou essa captação de dados, uma vez que o próprio Facebook nunca respondeu. “Mas a gente sabe que isso pode funcionar”, arrematou.

Pedro Doria lembrou que a Internet das Coisas permitirá um mapeamento ainda mais detalhado dos hábitos das pessoas. Será possível mapear todo o perfil da pessoa. “Aí, você vai saber se a pessoa votou no Bolsonaro ou no Haddad”, pontuou. E deu exemplos dos robôs na Austrália que levam a pizza na casa do consumidor e do vazamento de fotos da atriz Scarlett Johansson. “Isso mexeu com o mundo. O que é privacidade?”, perguntou. O especialista argumentou que nós controlamos as informações que liberamos e que o peso social das informações muda de país em país, de cultura em cultura.

A discussão é complexa, diz Doria. “Governos e grandes empresas têm naturalmente mais facilidade de acesso as informações pessoais. Na dúvida, tudo deveria ser aberto?”, pergunta. Neste impasse sobre o futuro, Doria não apresentou uma proposta de solução. “Espero ter ajudado a provocar vocês”, concluiu.

Temas

Assuntos como dados pessoais roubados, computadores de empresas invadidos, governos sob vigilância e privacidade em xeque colocam a segurança digital como fonte de discussão constante. Entre os temas abordados estão assuntos que atingem diretamente usuários, empresas e Estado, como privacidade na web, dados na nuvem, ciberespionagem, segurança nas organizações, Internet das Coisas, 5G, defesa cibernética, Lei Geral de Proteção de Dados, blockchain, entre outros. No total, oito painéis discutirão diferentes tópicos.

O presidente da Biotic S/A, Gustavo Dias Henrique, destaca a importância de eventos como esse. “A digitalização da economia brasileira traz enormes benefícios para governos, empresas e indivíduos, na medida em que encurta caminhos, conecta pessoas e gera inteligência através de uma enorme quantidade de dados. É justamente a abundância desses dados que gera também os grandes riscos que temos que combater. O desenvolvimento da cibersegurança, nesse sentido, é um campo de enorme oportunidade para novas tecnologias e novos profissionais. É esse o debate que queremos promover durante o evento promovido pela Biotic S/A, site Metrópoles e Revista Época”.

Jefferson Santos/Unplash

Especialistas como o diretor da PSafe Emilio Simoni; o chefe do Centro de Defesa Cibernética, general Corrêa Filho; o CEO da Apura, Sandro Süffert; e o diretor de engenharia de sistemas da Fortinet, Alexandre Bonatti, estão entre os convidados. O jornalista especializado em vida digital Pedro Doria realizará um keynote sobre as principais questões relacionadas à privacidade no ambiente digital e os perigos de invasões em dispositivos como celulares.

O apresentador Rafael Cortez conduzirá o painel “Profissão: hacker” e conversará com dois ex-piratas da web que atualmente trabalham como consultores de segurança para empresas.

Programação

8h – Credenciamento

9h – Abertura

9h30 – 5G, IoT e as vulnerabilidades hiperconectadas
Emilio Simoni, diretor do Dfndr Lab – PSafe
João Gondim, professor de Ciências da Computação da Universidade de Brasília

10h30 – Ciberataque S/A: As empresas na berlinda
Ulisses Penteado, CTO da BluePex
Bruno Prado, CEO da UPX e VP da ABSec

11h30 – Privacidade, um luxo na vida digital
Keynote com Pedro Doria, jornalista especializado em tecnologia

14h – Profissão: hacker
O apresentador Rafael Cortez (ex-CQC) entrevista João Brasio e Wanderley Abreu, dois ex-piratas da internet que hoje atuam como consultores de segurança

15h – Blockchain como aliado das empresas
Thiago Padovan, co-fundador da Blockchain Academy
Alexandre Bonatti, diretor de engenharia de sistemas da Fortinet

16h – Panorama da segurança cibernética
General Corrêa Filho, chefe do Centro de Defesa Cibernética

17h – Saúde, LGPD e cibersegurança
Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin
Rogerio Boros, diretor de Governo Federal e Saúde da Microsoft

18h – Ciberespionagem: uma ameaça real às nações
Sandro Süffert, CEO da Apura, presidente ABSec e membro da HTCia
Rodrigo Carvalho, perito de crimes cibernéticos da Polícia Federal

O evento é realizado pelo BioTIC e oferecido pelo Banco de Brasília e Sabin Medicina Diagnóstica.

Cibersegurança: usuários, corporações e governo sob ataque
Onde: BioTic, Parque Tecnológico de Brasília
Como assistir: Facebook e Youtube do Metrópoles e Época
Horário: das 8h às 19h

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