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Primo de Pedrolina em enterro: “Espero que ela não vire estatística”

Emoção e revolta marcaram o sepultamento de Pedrolina da Silva, 50 anos, assassinada na Asa Sul

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André Borges/Especial para o Metrópoles
Enterro-de-PEdrolina
1 de 1 Enterro-de-PEdrolina - Foto: André Borges/Especial para o Metrópoles

Sob clima de emoção e revolta, o corpo de Pedrolina Silva, 50 anos, foi sepultado nesta quinta-feira (05/09/2019), no Cemitério de Taguatinga. O local estava repleto de flores e cartazes em protesto contra o assassinato da auxiliar de serviços gerais. Mulheres de um coletivo ao qual Pedrolina fazia parte chegaram a soltar balões em homenagem à vítima.

Parentes e amigos não se conformam com o crime do qual Pedrolina foi vítima. O suspeito pelo homicídio está preso.

Primo de Pedrolina, Hamilton Tavares, 32, disse ao Metrópoles sobre o sentimento de revolta da família. “O que fizeram com ela foi uma covardia. Esperamos que ele pague pelo que fez e não fique impune. Mesmo com a Justiça falha do nosso país, espero que ela não vire mais uma estatística de violência“, destacou.

“A família encontra-se destroçada, arrasada. O filho dela está sob efeito de remédios, traumatizado. A gente nunca esperaria algo assim”, disse Claudemira Lima, 36, cunhada de Pedrolina.

De acordo com a parente da vítima, o caso só aumenta a insegurança no DF. “A gente vai ter que ficar trancada, porque não dá para andar na rua mais. Só destranco a porta na hora que meu marido chega em casa”, frisou.

A cunhada da vítima ainda ressaltou que nesta quinta-feira (05/09/2019) recebeu uma ligação da delegacia sobre uma audiência de custódia que haverá, à tarde, do assassino de Pedrolina. “Ele ainda pode ser solto. Não tem condições de aceitar isso”, protestou Claudemira, com indignação.

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Pedrolina morava sozinha no Paranoá Parque
Elisa Maria Araújo Sá, amiga da vítima
Parentes e amigos prestaram homenagens à vítima
Thais Silva, sobrinha de Pedrolina, chora durante enterro da assistente social
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Matheus, filho de Pedrolina, passou mal durante o enterro da mãe

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Pedrolina morava sozinha no Paranoá Parque

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Elisa Maria Araújo Sá, amiga da vítima

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Parentes e amigos prestaram homenagens à vítima

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Thais Silva, sobrinha de Pedrolina, chora durante enterro da assistente social

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Thais era muito próxima da tia, ela chegou a sair do enterro carregada por ter passado mal na cerimônia

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Turma de Pedrolina da faculdade

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Melhor momento

Elisa Maria Araújo Sá, 53, era amiga de faculdade de Pedrolina: “Ela foi vítima de algo abominável. O TCC (trabalho final de curso) dela era sobre a violência contra a mulher negra. Isso é muito revoltante”. Pedrolina formou-se no final do ano passado em serviço social pela Universidade Católica de Brasília. Vivia o seu melhor momento, segundo amigos mais próximos.

“Ela estava muito feliz, superou muitos obstáculos para chegar onde estava. Estava vivendo sua independência. Daqui a pouco, vamos ter que desistir de ser mulher, porque tudo incomoda. Ela não fez nada, por que ele a matou? A gente não pode se enfeitar mais, porque já está se oferecendo para esses homens abomináveis”

Elisa Maria, amiga de Pedrolina

Matheus, o único filho da auxiliar de serviços gerais, estava muito emocionado e chegou a se sentir mal durante o enterro. Thais Silva, de 20 anos, também passou mal na cerimônia, tendo que ser carregada para o carro. Ela é sobrinha de Pedrolina e, de acordo com o primo da vítima, eram muito próximas e confidentes.

Nathália Cornélio, 20, afirmou que Pedrolina a viu nascer. “O sentimento é de muita indignação e desejo de justiça. Queremos ir e vir sem ser atacadas por um marginal assim”, ela ressalta.

Ligações anônima

Uma ligação anônima ajudou a esclarecer as circunstâncias da morte de Pedrolina Silva. Segundo a pessoa que acionou a PCDF, João Marcos Vassalo da Silva Pereira, 20, teria dito a diversas pessoas no Paranoá Parque, onde os dois moravam, o seguinte: “Se não for minha, não será de mais ninguém”.

Segundo Bruna Eiras, delegada cartorária da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), a ligação entre vítima e assassino será investigada e, dependendo do que for apurado, o caso poderá ser tratado como feminicídio. A policial afirmou que Pedrolina já teria sido assediada por seu algoz, mas sempre recusou qualquer tipo de aproximação. Chegou a dizer que tinha medo dele.

De acordo com a Polícia Civil, o desempregado confessou tê-la estuprado e assassinado para encobrir a violência sexual. Contou, em depoimento, que estava no mesmo ônibus em que Pedrolina seguia para se encontrar com uma amiga, na L4 Sul, no domingo (01/09/2019). O corpo foi encontrado na terça-feira (03/09/2019).

Veja o vídeo do momento em que Pedrolina é atacada:

 

O homem disse que desceu em uma parada depois do local de desembarque de Petrolina e correu até o ponto em que a vítima estava para atacá-la. Afirmou que esganou a vítima, mas a causa da morte foi um corte de arma branca no pescoço. O acusado tem passagens por tráfico, tentativa de roubo e estupro.

Veja trechos da entrevista da delegada Bruna Eiras:

 

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