Primeiro hospital veterinário público do DF ainda não funciona
O Ibram informa que ainda não recebeu a construção porque estuda a viabilidade do projeto de urbanização do local. Além disso, o órgão está avaliando qual o melhor modelo de gestão do espaço e diz que o processo para obtenção da licença de funcionamento está em andamento
atualizado
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O primeiro hospital veterinário público do Distrito Federal ainda não começou a funcionar. Embora tenha sido concluído em outubro do ano passado, o maior dos seis galpões da unidade, que custou R$ 620,6 mil, está vazio e nem tem data para começar a fazer, ao menos, 100 atendimentos de cães e gatos por dia.
O prédio foi erguido no Parque Ecológico Lago do Cortado, em Taguatinga. O investimento total é de R$ 2,3 milhões, feito por meio de compensação ambiental, valor que será pago pela Direcional Engenharia. Atualmente, a empresa desembolsa R$ 24.180 por mês para garantir a segurança e a conservação do edifício vazio. O recurso é descontado do valor total da compensação. A construção dos demais galpões só terá início assim que o hospital começa a funcionar.
O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) alega que não recebeu a obra porque estuda a viabilização do projeto de urbanização do local, cuja execução ficará também a cargo da empresa. Paralelo a isso, o órgão está avaliando qual o melhor modelo de gestão do espaço. O processo para obtenção da licença de funcionamento está em andamento, segundo a assessoria de imprensa do Ibram.
Enquanto não se resolve o imbróglio, o local segue com mato alto e sofre com as ações do tempo. O Metrópoles visitou o hospital e constatou que parte da estrutura do telhado foi derrubada pelo vento. Confira a galeria de fotos:
Segundo dados do Ibram, R$ 1.396.765,90 já foram aplicados no hospital. Em 2013, a construção da unidade foi amplamente anunciada na gestão do petista Agnelo Queiroz e era uma das principais bandeiras da antiga direção do Ibram.
Enquanto o hospital não começa a funcionar, o Ibram anunciou que a castração de animais domésticos passará a ser feito por empresas veterinárias credenciadas. O serviço, gratuito para os donos de cães e gatos, será custeado pelo poder público, ao custo previsto de R$ 100 mil com verba do próprio Ibram.
Compensação ambiental
O Parque do Cortado foi escolhido para sediar o hospital porque é uma área que atrai animais domésticos, que buscam abrigo no local, mas acabam causando um desequilíbrio ambiental. A compensação é um meio que o governo encontrou para equilibrar os impactos causados devido à implantação de empreendimentos no Distrito Federal.
A Unidade de Compensação Florestal e Ambiental (UCAF), do Ibram, é responsável por acompanhar e supervisionar a cobrança e aplicação dos recursos. Em 2015, foram assinados nove termos de compromisso de compensação, que totalizam cerca de 2,6 milhões. Em 2014, 14 termos foram assinados, totalizando R$ 33.346.554.
O DF conta com o Programa de Recuperação do Cerrado no Distrito Federal, o Recupera Cerrado, que mudou a sua sistemática de compensação florestal. Agora, em vez de as empresas devedoras recuperarem os locais por conta própria, elas poderão depositar valores destinados ao financiamento de editais de apoio ao programa Recupera Cerrado.