Primeiro dia de Enem tem frio, cansaço e falhas na fiscalização
Candidatos fizeram provas de ciências humanas e linguagens. Tema da redação foi “Invisibilidade e acesso ao registro civil”
atualizado
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Após a primeira parte da maratona, candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 relataram exaustão na saída dos locais de prova. No Centro Universitário de Brasília (Ceub), na Asa Norte, alguns concorrentes relataram que, mesmo com instruções em contrário, salas do Bloco 9 da instituição estavam com janelas fechadas.
Na tarde deste domingo (21/11), as provas aplicadas eram de ciências humanas e linguagens, com uma redação, cujo tema era “Invisibilidade e acesso ao registro civil: garantia do acesso à cidadania no Brasil”. Daqui a uma semana, as provas serão de ciências exatas e da natureza.
Taylor Nascimento, 19 anos, relatou que passou frio durante todo o exame. Ele foi um dos que não conseguiram escapar da chuva que caiu momentos antes da abertura do portão da universidade. Candidato ao curso de farmácia na UnB, ele relatou a dificuldade na hora da prova. “Estava muito frio e ninguém quis desligar o ar-condicionado ou mesmo abrir a janela”, contou ao Metrópoles.
Este é o terceiro Enem que Nascimento presta. Na comparação, segundo ele, o deste ano foi o mais complicado. “Os textos das questões estavam muito longos para perguntas sem muito contexto. Foi o mais difícil, sim”, comentou, dizendo, ainda que de forma irônica, que este exame “teve, sim, a cara do governo Bolsonaro: algo complicado e cansativo”.
Ana Cordeiro, 16, fez a prova pela primeira vez, como uma “preparação”. “Foi bem cansativo, bem diferente das provas que já fiz na escola, cursinho. Mas, no geral, foi tranquilo”, comentou. Sobre a redação, Cordeiro confessou certa dificuldade em argumentar sobre o tema. “Eu achei uma perspectiva interessante, mas não tinha muito conhecimento sobre o assunto”, relatou.
Sem respostas sobre incidentes
Na saída, candidatos ouvidos pela reportagem sob condição de anonimato apontaram que não houve fiscalização suficiente em algumas salas para recolher relógios e outros pertences proibidos no edital do exame. “Com duas horas de prova, uma coordenadora entrou na minha sala e disse que se alguém estivesse com relógio, aquela era a hora de entregar”, relatou um deles.
De acordo com relatos de seguranças terceirizados do Ceub, não houve qualquer registro de incidentes na realização das provas. A respeito das janelas, a única instrução passada aos colaboradores, segundo funcionários envolvidos na aplicação da prova, é que “não mexessem”. A assessoria da instituição não retornou os contatos da reportagem. O espaço está aberto a manifestações.