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Primeiro caso de racismo no DF após sanção de lei tem dois condenados

Lei que torna injúria racial equivalente ao crime racismo foi sancionada em 11 de janeiro. Dois dias depois, vítima denunciou caso à polícia

atualizado

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Madu Toledo
Marlla com expressão séria em frente a uma parede amarela
1 de 1 Marlla com expressão séria em frente a uma parede amarela - Foto: Madu Toledo

Dois réus foram condenados, nessa terça-feira (24/10), por discriminação racial, lesão corporal e ameaças contra uma assistente social e o filho dela de 17 anos. O caso foi o primeiro registrado em delegacia no Distrito Federal após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionar a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, em 11 de janeiro último.

Dois dias depois, a assistente social Marlla Angélica Santos da Costa (foto em destaque), 39 anos, voltava do trabalho, quando foi surpreendida por gritos ofensivos. “Macaca”, “negra nojenta” e “vagabunda” foram algumas das palavras que Bruno César dos Santos e Gustavo Vitório da Silva gritaram próximo à casa dela, em Arniqueiras.

Após ouvir a confusão, o filho de Marlla saiu para ajudar a mãe, mas acabou agredido por um dos acusados com um soco na cara. A dupla ameaçou, inclusive, buscar uma arma de fogo em casa.

Testemunhas que passavam pelo local tentaram ajudar a vítima, mas os agressores só foram embora após Marlla acionar a polícia. A dupla ficou em um bar na região, onde acabou detida.

Depois de levados para a 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), eles acabaram indiciados e se tornaram réus. Os dois foram condenados a cumprir três anos e nove meses de reclusão em regime aberto.

Gustavo deverá cumprir quatro meses de detenção; e Bruno, 17 dias de prisão simples. Cada um também deverá pagar R$ 3 mil como indenização para Marlla, e R$ 1 mil para o filho dela. Cabe recurso da decisão.

“Esperança”

Ao Metrópoles a assistente social contou que recebeu a notícia com emoção e considerou que a “justiça foi feita”. “Eu quis chorar por isso e porque não tive medo. Ele não me paralisou. Veio a esperança de que nem tudo está perdido”, disse Marlla.

A vítima acrescentou estar ciente de que os agressores podem recorrer e que, apesar da decisão, ainda tem medo de sair de casa. “É uma sensação constante. Mas, com certeza, a determinação traz alívio”, completou.

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