PRF libera todas as sete vias que foram bloqueadas entre DF e Goiás
No DF, trechos de Brazlândia e São Sebastião foram liberados pela PRF. Em Goiás, BR-020, km 252, em Rosário, foi a última a ser desobstruída
atualizado
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) desbloqueou todas as vias que estavam obstruídas por manifestantes entre o Distrito Federal e Goiás. No início da noite desta terça-feira (1º/11), a corporação informou que sete estradas haviam sido liberadas, sendo duas no DF. A BR-020, km 252, em Rosário (GO), foi a última a ser desobstruída.
Rodovias de Brazlândia (BR-080, km 25) e São Sebastião (BR-251, km 15) estão livres. Em Goiás, também foram desobstruídas vias de Luziânia, Águas Lindas, Cristalina e Formosa.
Atuação em protestos
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que as forças de segurança da capital estão autorizadas a “usar todos os meios legais” para impedir o bloqueio de rodovias. Após a vitória de Lula (PT) nas eleições de domingo (31/10), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm barrado passagens em diversas vias do país.
Ibaneis, que defendeu a reeleição de Bolsonaro durante a campanha, ressalta que a democracia não pode ser atacada. “O resultado das urnas deve ser respeitado, e o bloqueio das vias públicas é ilegal. Estou acompanhando os movimentos junto às forças de segurança do DF, que estão autorizadas a usar todos os meios legais para resolver o problema e garantir o direito da maioria.”
PRF pede apoio da Força Nacional para conter avanço de manifestantes
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse, segunda-feira (31/10), que forças de segurança dialogavam com caminhoneiros manifestantes. De acordo com ele, a passagem de ambulâncias e cargas perecíveis nos pontos de retenção total em Goiás foram liberados.
Derrota nas urnas
As manifestações antidemocráticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) seguiram pela madrugada desta terça-feira (1º/11), nas BRs que cortam o Distrito Federal e o Entorno. Entre elas, ao menos seis amanheceram com pontos de bloqueio.
Os grupos de manifestantes – compostos, principalmente, por caminhoneiros – não aceitam a derrota de Bolsonaro nas urnas, no segundo turno das eleições realizadas no domingo (30/10), e promovem o fechamento de rodovias por todo o país.
Por volta das 3h, os manifestantes fecharam os dois sentidos da BR-070, que liga Águas Lindas (GO) à capital federal.
Veja imagens:
Na BR-251, os organizadores dos atos são agropecuaristas e caminhoneiros. O fechamento da pista começou por volta das 12h30 de segunda-feira (31/10).
Até por volta das 5h30, carros de passeio estavam liberados para passar. No entanto, houve desentendimento entre caminhoneiros e o restante do grupo, o que levou ao fechamento total da rodovia com uma barreira de pneus.
A BR-070 foi liberada nos dois sentidos, por volta das 10h, e o trânsito flui normalmente. Às 11h, a BR-080 também não tinha mais bloqueio no ponto informado inicialmente.
Na BR-251, por volta das 12h50, os manifestantes continuavam com barreiras na rodovia e gritavam palavras de ordem. “Somos a resistência civil”, diziam, enquanto tocavam músicas de apoio a Jair Bolsonaro e o Hino Nacional.
O congestionamento no sentido Unaí (MG)-DF se estendeu por cerca de 1 km. Mesmo assim, carros de passeio, ônibus de viagem, ambulâncias, caminhões com cargas perecíveis e motocicletas ficaram liberados para circular.
Problemas na viagem
O clima em várias delas é de hostilidade, com barricadas, ataques a profissionais da imprensa e, também, a policiais que tentam liberar as BRs.
Desde a manhã dessa segunda-feira (31/10), quem tenta passar pelas rodovias enfrenta transtornos na viagem.
Caminhoneiros autônomos que pretendiam levar carga perecível do Distrito Federal para Unaí (MG) ficaram impedidos de seguir caminho na BR-251 desde as 18h30 de segunda-feira (31/10).
O autônomo Carlos Henrique Morais Firmino, 43 anos, transporta 35 toneladas de carne e frutas em um caminhão e teve de passar a noite com o veículo ligado para manter a carga.
“Se não seguirmos caminho até as 10h [desta terça-feira], vamos perder tudo. Esse movimento não é de todos. Queremos passar. Temos contas para pagar e estamos impedidos [de seguir viagem]. Os autônomos não querem parar. As grandes empresas e o movimento agro é que estão à frente. A culpa não é dos caminhoneiros [autônomos]”, destacou Carlos Henrique.
Aldair Silva Brant, 54, trabalha como caminhoneiro autônomo há, ao menos, 30 anos. O veículo que o autônomo dirige nesta terça-feira (1º/11) está carregado com 14 toneladas de alimentos.
“Vão completar mais de 12 horas que estamos com a carga parada. Ontem [segunda-feira], não deixaram ninguém passar. Na madrugada, permitiram casos específicos. A PRF esteve aqui na barreira e também não tomou a frente da situação. Esperamos uma negociação que não prejudique ninguém. Não somos contra a manifestação, mas precisamos passar para trabalhar”, opinou o motorista.
As manifestações de bolsonaristas ocorrem desde a madrugada desta segunda-feira (31/10), após o fim das eleições.
Pelo fato de não aceitarem o resultado do pleito e atacarem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), democraticamente eleito presidente do Brasil para os próximos quatro anos, os apoiadores do candidato derrotado nas urnas têm fechado total ou parcialmente diversas estradas.
Bloqueio na BR-251: