Presos tentam fugir da Papuda duas vezes no fim de semana por fenda no teto
Policiais penas conseguiram frustrar as duas tentativas, ocorridas no sábado (24/10) e no domingo (25/10), no Centro de Detenção Provisória
atualizado
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Após 17 detentos escaparem do Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda, na madrugada no último dia 14, duas novas tentativas foram frustradas por policiais penais, no último final de semana, na mesma unidade prisional. Presos tentariam fugir por um buraco no teto de uma cela na Ala C do Bloco 1, mesmo local onde ocorreu a fuga em massa. E também tentarem sair por outra fenda, na Ala B do Bloco 2.
De acordo com policiais penais ouvidos pelo Metrópoles, durante a ação, foram apreendidos 18 estoques — espécie de faca ou perfurador artesanal feito dentro da cadeia –, e quatro garrafas de “massa de maquiagem”, produzida a partir de restos de comida usados para camuflar buracos feitos nas paredes das celas. “Os presos sabem que, quando estão no banho de sol, os policiais penais vão vistoriar a cela, então usam esse subterfúgio de disfarçar os buracos com essa papa de arroz que sobra das quentinhas”, explicou um servidor.
Na vistoria do último sábado (24/10), as equipes notaram o buraco e frustraram a fuga. Os estoques apreendidos eram usados para perfurar a estrutura das paredes que protegem o CDP. No domingo (25/10), mais uma fuga frustrada que ocorreria da mesma forma que as anteriores, por buracos feitos no teto das celas. Desta vez, os detentos escapariam da Ala B, do Bloco 2, onde tentativas de fuga ainda não haviam sido registradas.
Novamente, os policiais penais conseguiram evitar que os presos escapassem da cela. “Isso é fuga anunciada. Mas conseguimos frustrar. Estamos fazendo esse alerta para que alguma medida seja tomada”, destacou o mesmo servidor.
Faca na quentinha
Segundo a fonte ouvida pela reportagem, também no último domingo, uma faca escondida dentro de uma quentinha servida no horário do jantar foi descoberta pelos policiais penais. A arma branca seria usada pelos presos, supostamente, para auxiliar na fuga do sistema penitenciário.
Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) informou que após vistoria de rotina realizada na Ala C do Bloco II do CDP I, no último sábado (24/10), policiais penais apreenderam pedaços de barra de ferro e garrafas plásticas contendo material artesanal – geralmente utilizado para camuflar buracos em paredes e tetos. Os objetos são retirados da própria estrutura das celas, comprovadamente antiga e inadequada à custódia dos presos.
Com relação ao buraco encontrado no teto de uma das celas da Ala B do Bloco 2 do CDP I, no último domingo (25/10), a Seape ressaltou que a cela foi interditada para perícia criminal e os presos realocados em outros espaços da unidade. Ocorrências policiais e administrativas foram abertas pela direção do CDP I. Além disso, um Procedimento Apuratório Preliminar (PAP) foi instaurado para investigar todas as circunstâncias envolvendo as duas situações.
A pasta esclareceu, ainda, que aguarda a liberação dos seis blocos do Centro de Detenção Provisória II (CDP II) e autorização da Vara de Execuções Penais (VEP-DF) para realizar a transferência de todos os reeducandos do Bloco I do CDPI para a nova unidade. Atualmente, apenas os blocos 15 e 16 do CDP II estão em funcionamento. Os espaços são utilizados para tratamento e quarentena preventiva de presos durante a pandemia do novo coronavírus.
Para aumentar a segurança no CDP I, a Administração Penitenciária determinou o reforço das equipes de plantão na unidade prisional por meio do Serviço Voluntário Gratificado (SVG), principalmente no horário noturno, bem como a realização constante de revistas na estrutura física das celas e pátios. Rondas internas e externas também foram reforçadas com o apoio da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), grupo de elite da Polícia Penal do DF.
Foragidos
Com os quatro novos CDPs, após a inauguração completa da obra, serão disponibilizadas 3,2 mil novas vagas. Serão 16 módulos de vivência – como são chamados os pavilhões – mais modernos e com capacidade para 200 reeducandos cada um. Continuam foragidos do CDP, desde o dia 14 de outubro, os internos Carlos Cauan da Silva Campos; Gabriel Nathan da Rocha Bessio; Lucas Caldeira da Silva e Wanderson da Silva Santos.