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Presos por “grito de guerra” não teriam recebido alimentação da PMDF

O Metrópoles teve acesso exclusivo às imagens feitas pelos militares quando estavam dentro do ônibus e no alojamento do quartel

atualizado

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A polêmica envolvendo a prisão de 25 policiais formados no VIII Curso de Rondas Ostensivas Táticas Móveis da PMDF (Rotam) está apenas no começo. Eles se tornaram alvo de Inquérito Policial Militar (IPM) e já constituíram advogados para os defender nos tribunais. O grupo afirma que passou necessidades como fome e sede, além de ter permanecido amontoado dentro de um alojamento. O Metrópoles teve acesso exclusivo às imagens feitas por eles quando estavam no ônibus e no quartel.

De acordo com a advogada Raquel Costa Ribeiro, que defende 20 dos policiais alvos do IPM, os PMs permaneceram ao longo de nove horas dentro do veículo. Teriam ficado sem comida e água, caso os advogados não levassem alimentos e bebidas. “Depois que seguiram para o quartel, o jejum permaneceu. Nem a PM nem o Estado forneceu qualquer tipo de alimentação. Nós, advogados, levamos alguma comida para eles”, afirmou.

Entre 17h15 de sexta-feira (1º) e as 0h15 deste sábado (2), os militares permaneceram aquartelados até a decisão do alto comando da PM em liberá-los. “Nos alojamentos, os policiais ficaram amontoados, com alguns colchões no chão e sem qualquer assistência”, denunciou a advogada. Eles foram soltos depois que familiares acamparam na porta da Rotam, na Cidade do Automóvel, e protestaram.

Os militares foram punidos após entoarem um “grito de guerra” considerado ofensivo pela corporação, quando se encerrou a cerimônia de formatura da turma, na quarta-feira (30/8). A música traz em uma de suas estrofes a palavra “caralho”. Além disso, são acusados de ferir a conduta da corporação porque deixaram de cantar o hino da PM na solenidade, conforme estabelece o estatuto da força de segurança.

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Eles ficaram amontoados em colchões
Policiais recebem quentinhas providenciadas pelos advogados
Parentes de PMs presos fazem vigília em frente à Rotam
Comandante das Missões Especiais pede apuração dos fatos e denuncia conduta dos formandos e da capitã que coordenou o curso
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Militares ficaram cerca de nove horas dentro do ônibus

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Eles ficaram amontoados em colchões

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Policiais recebem quentinhas providenciadas pelos advogados

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Parentes de PMs presos fazem vigília em frente à Rotam

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Comandante das Missões Especiais pede apuração dos fatos e denuncia conduta dos formandos e da capitã que coordenou o curso

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Meme que já circula nos grupos de WhatsApp

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Corregedoria da PM, para onde os policiais foram levados

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PMs dentro do ônibus aguardam para prestar depoimento

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Corregedoria da PM, no trecho 3 do SIA

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Curso de formação da Rotam

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Conotação pejorativa
Sobre os motivos alegados pela PM para efetuar a prisão dos formandos, Raquel Costa Ribeiro ressaltou que o “grito de guerra” alvo de toda a polêmica foi entoado pela primeira vez em um curso de formação das Forças Armadas, em 2013. “Esse grito de guerra é antigo e jamais foi criado pela Rotam. Além disso, quando se analisa a letra, nota-se que a expressão ‘caralho’ não tem a conotação pejorativa que querem atribuir”, explicou.

Na avaliação dela, a música cantada pelos militares, segundo a Academia Portuguesa de Letras, a expressão “caralho” se referia a uma pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das caravelas, de onde os vigias perscrutavam o horizonte em busca de sinais de terra.

O caralho, dada a sua situação numa área de muita instabilidade (no alto do mastro), era onde se manifestava com maior intensidade o rolamento ou movimento lateral de um barco. Também era considerado um lugar de castigo para aqueles marinheiros que cometiam alguma infração a bordo. O castigado era enviado para cumprir horas e até dias inteiros no caralho. Daí, surgiu a expressão

Raquel Costa Ribeiro, advogada

O outro lado
Os militares, de acordo com o alto comando da PM, apresentaram “prática de conduta contrária aos preceitos estatuídos no ordenamento jurídico pátrio ofensivo à ética, aos deveres e às obrigações policiais militares”, informou a PMDF em nota. Entre os presos, está uma capitã, subcomandante do batalhão da Rotam, que também ficou sem água e comida.

Até a publicação desta reportagem, a corporação não se manifestou sobre a denúncia de que os policiais não teriam recebido alimentação.

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