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Presos outros dois suspeitos de participar da morte de médica do HRT

Foram detidos um cozinheiro e um desempregado acusados de envolvimento no assassinato da ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga

atualizado

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1 de 1 médica61 - Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu outras duas pessoas acusadas de envolvimento no assassinato da médica Gabriela Rebelo Cunha, 44 anos, ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Wallace Gonçalves da Silva, 29, e Samuel Pereira de Araújo, 19, foram detidos na quinta-feira (09/05/2019) e sexta-feira (10/05/2019), no Vale do Amanhecer, Planaltina, onde moravam.

Em janeiro deste ano, o ex-motorista particular da vítima, Rafael Henrique Dutra da Silva, 32, havia sido preso por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação do cadáver da servidora da Secretaria de Saúde do DF.

A Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da PCDF concluiu que Wallace, um cozinheiro, e Samuel, que estavam desempregado, foram procurados por Rafael para participar de um suposto assalto. A dupla não sabia que o plano do motorista era matar Gabriela, assassinada em 24 de outubro de 2018.

Segundo o delegado Leandro Ritt, responsável pelo caso, os participantes da ação eram usuários de drogas. Wallace tinha passagem policial por roubo e havia ficado preso por cinco anos. Ambos confessaram participação no crime, apesar de dizerem que foram enganados por Rafael.

 

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A dupla acreditava que o crime seria um assalto e não tinha ideia do assassinato
A motocicleta de Samuel foi encontrada pela PCDF
A médica tinha 44 anos de idade
A ossada da ex-servidora foi encontrada em um matagal, às margens da rodovia DF-001, em Brazlândia
Rafael trabalhava como motorista particular para a médica e contava com toda a confiança dela
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Samuel, à esquerda, e Wallace, à direita

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A dupla acreditava que o crime seria um assalto e não tinha ideia do assassinato

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A motocicleta de Samuel foi encontrada pela PCDF

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A médica tinha 44 anos de idade

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A ossada da ex-servidora foi encontrada em um matagal, às margens da rodovia DF-001, em Brazlândia

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Rafael trabalhava como motorista particular para a médica e contava com toda a confiança dela

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Gabriela era cirurgiã geral e ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga (HRT)

Rafaela Felicciano/Metrópoles

O crime
De acordo com a PCDF, o motorista particular da servidora desejava tirar a vida da vítima para movimentar a conta bancária dela. Ele teria levado Gabriela ao HRT no período da manhã e, por volta de 12h, seguiu com ela até Sobradinho II. No local, o jovem de 19 anos estava esperando Rafael para o suposto assalto. Ele foi deixado por Wallace em uma parada de ônibus.

Quando o motorista chegou no ponto com a médica, Samuel assumiu a direção do veículo, com uma faca, pensando que o assalto. Rafael foi, então, para o banco de trás e começou a enforcar Gabriela com uma corda. “O jovem afirmou que ficou dirigindo por mais de 20 minutos. Durante todo esse tempo, a vítima permanecia viva e se debatendo. Foi uma morte que causou muito sofrimento”, afirma o delegado.

Os criminosos chegaram até um matagal, às margens da rodovia DF-001, em Brazlândia. Lá, Rafael tirou o corpo da vítima do carro e deixou no local. Depois, foram até um caixa eletrônico. “Inicialmente, o motorista pagaria R$ 500 a Samuel pelo crime. Mas, devido ao assassinato, o jovem exigiu uma quantia maior”, explica Leandro Ritt. Foi registrado um saque de R$ 5 mil da conta de Gabriela. A quantia teria sido utilizada para pagar Samuel.

Durante as investigações, a PCDF também encontrou uma motocicleta, que seria de Samuel. A moto foi achada destruída, após pegar fogo. Aos policiais, o jovem afirmou ter comprado a moto com o próprio dinheiro. Ainda não se sabe se a motocicleta foi adquirida com a quantia recebida pelo crime.

Segundo o delegado Leandro Ritt, mesmo sem saber de que o crime seria um assassinato, Samuel será autuado pelos mesmos crimes que o motorista vai responder: latrocínio e ocultação de cadáver. Ainda não é possível afirmar por qual delito Wallace será indiciado, já que ele não participou diretamente da morte da servidora. “Cabe à Justiça definir o destino dele”, explicou o policial.

Enganação
Durante dois meses, Rafael manteve contato com a família de Gabriela. O motorista da vítima se passava por ela em conversas pelo WhatsApp.

A PCDF informou que ele enviava mensagens levando os familiares a crer que a vítima estaria internada em uma clínica para tratar de problemas pessoais e retornaria no Natal. Como ela não apareceu, os parentes registraram ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), que começou a investigar o caso.

No período, o ex-motorista movimentou a conta bancária da servidora, que recebia salário mensal de R$ 17 mil. Ao todo, as transações chegaram a R$ 200 mil. Após a prisão, o autor levou os policiais até o local do crime, um matagal em Brazlândia.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou, por meio de análise comparativa de documentação odontológica, que o cadáver em 28 de janeiro deste ano encontrado era de Gabriela. Nas diligências, os policiais encontraram na residência do autor inúmeros objetos da casa da vítima, cartões bancários e dois veículos da médica.

“Psicopata”

“O Rafael é um psicopata de carteirinha”, afirma o delegado Ritt. Ele explicou que o criminoso trabalhava para Gabriela ha dois anos e era muito “envolvente”. “Ele era muito sedutor, tanto que convenceu a médica a passar todos os dados da conta bancária”. O delegado também ressalta que o Rafael havia sido preso anteriormente por tentar matar o próprio pai, quando tinha apenas 18 anos de idade.

Além disso, Ritt conta que o motorista complicou as investigações, ao dar um depoimento falso sobre o crime. Inicialmente, Rafael disse aos policiais que cometeu o crime com a ajuda de um comparsa, apelidado de Baiano. “Ele não colaborou em nenhum momento. Tentou se preservar dizendo que quem teria matado a servidora era o comparsa”.

 

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