Presos do 8 de janeiro entregam cartas e pedidos para parlamentares
Senador e deputada visitaram os detentos e defendem a instalação de uma CPMI no Congresso para investigar os atos de 8/1
atualizado
Compartilhar notícia
Parlamentares do Distrito Federal visitaram e receberam cartas com pedidos de ajuda dos presos pelos atos de 8 de janeiro, nesta segunda-feira (10/4). Ao sair do Complexo Penitenciário da Papuda, o senador Izalci Lucas (PSDB) e a deputada federal Bia Kicis (PL) cobraram instalação de uma CPMI no Congresso.
“Muita gente que está presa afirma não ter participado dos atos de vandalismo. Vamos trabalhar no sentido de sensibilizar os colegas no Congresso Nacional para esses casos, que precisam ser investigados. Essas pessoas não podem ficar tanto tempo detidas sem que tenham a oportunidade de se defender”, afirmou Izalci.
O senador postou nas redes sociais um vídeo ao lado da deputada após a visita. Os parlamentares disseram ter ouvido relatos desesperados. Segundo Izalci, mesmo após as audiências de custódia, presos não conseguiram deixar o complexo penitenciário.
Veja a postagem:
Bia Kicis defende sai em defesa de presidiários
Bia Kicis também criticou o tratamento dado aos presidiários. “São 92 dias que eles estão presos aqui. A gente percebe que eles estão bastante angustiados. Entregaram para gente várias cartinhas, pedidos de ajuda, de contato com a família para dar um recado. A gente ficou muito tocado por isso”, disse a deputada.
Kicis defende a individualização dos processos para que cada pessoa responda exatamente pelo o que fez ou pelo o que não fez. “Para que as pessoas inocentes possam ser liberadas. E aqueles que quebraram, invadiram, depredaram, respondam por esses atos também”, completou.
Para a deputada, a CPMI também é necessária para apurar eventuais omissões de autoridades.
Nesta terça-feira (11/4), familiares dos presos no dia 8 de janeiro farão a leitura e a entrega de uma carta aberta à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília.
“Nosso objetivo é alertar sobre as ilegalidades das prisões que se mantém por mais de 90 dias de pessoas sem qualquer antecedente criminal e sem a individualização das condutas. Não é sobre política, é sobre a dignidade da pessoa humana”, afirmaram os familiares dos presos.