Preso por matar bebê no DF, padrasto se manteve frio em depoimento
A mãe da menina, Cecília Raquel Boudoux da Silva, 23 anos, também foi detida acusada pelo mesmo crime que chocou os investigadores
atualizado
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O casal preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apresentou diferentes reações quando confrontado sobre a real causa da morte da bebê de 1 ano, Yasmin Sophia Moura Boudoux da Silva. Enquanto a mãe, Cecília Raquel Boudoux da Silva, 23 anos, chorava em todos os momentos nas dependências da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), o padrasto da garotinha se manteve frio, sem expressar qualquer tipo de sentimento.
Ambos permaneceram em silêncio nos primeiros momentos da prisão temporária, que terá duração de 30 dias. Depois, passaram a negar o crime. No entanto, o resultado do laudo cadavérico mostra que a menininha sofreu várias lesões graves. A mãe da criança e o padrasto foram alvo de prisão temporária nessa terça-feira (4/5).
De acordo com o delegado-chefe da 26ª DP, que conduz as investigações, Rodrigo Larizzatti, o laudo foi um divisor de águas na apuração. “Havia outras fraturas e lesões que indicam maus-tratos cotidianos sofridos pela Yasmin. Fratura do úmero, no ombro, na costela, marcas de dedos no pescoço como se ela tivesse sido esganada. Assim como o laudo de local também indicou que queda do berço não tinha capacidade de provocar as lesões apontadas no exame”, explicou.
Queda do berço
No dia em que Yasmin morreu, em 13 de fevereiro deste ano, o padrasto acionou uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No momento do socorro, o suspeito estava na companhia de outros dois filhos da mulher, uma menina de 5 anos e um garoto de 2, frutos de relacionamentos anteriores. Cecília não estava em casa.
De acordo com Larizzartti, a prisão temporária servirá para preencher lacunas na investigação. “A apuração segue para determinar se o caso será tratado como homicídio ou maus-tratos com resultado morte. No entanto, com certeza, a criança sofreu uma série de agressões em momentos distintos antes de morrer”, explicou.
Os outros dois irmãos de Yasmin foram encaminhados para a Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) a fim de serem ouvidos em depoimento especial. As oitivas também serão importantes para finalizar a investigação.