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Preso por liderar ato no QG, major da PM passa mal e falta à CPI do DF

Major da reserva da PMDF passou mal quando escolta chegou e acabou sendo levado para a UPA de São Sebastião

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Major da PM liderou atos no QG e fugiu de Brasília após ataques de 8 de janeiro
1 de 1 Major da PM liderou atos no QG e fugiu de Brasília após ataques de 8 de janeiro - Foto: Reprodução

Cláudio Mendes dos Santos, major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que liderou o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, seria ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do DF, mas passou mal e a sessão foi desmarcada.

Segundo o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), Cláudio Mendes se sentiu mal quando a escolta da polícia o buscou no presídio. Ele acabou sendo encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.

“Ficamos aguardando o diagnóstico, mas recebemos a notícia de que ele está doente, com três dias de atestado, e não irá comparecer no dia de hoje”, disse Chico.

Quem é Cláudio Mendes

O militar usava o título para endossar discursos a favor de uma intervenção. Era um dos líderes que mais discursava no palco improvisado montado em um caminhão no QG de Brasília e chegou a levar o filho de 8 anos para o acampamento.

Ele se apresentava como major Cláudio Santa Cruz e se vangloriava por ter sido do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Fontes ouvidas pela reportagem denunciam ainda que o oficial ganhava dinheiro com os atos bolsonaristas. O Metrópoles flagrou o major da reserva incentivando um golpe de Estado contra o resultado das urnas por diversas vezes.

No dia da posse de Lula (PT), Cláudio foi figura central de uma discussão entre os próprios apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que reclamaram de mais um pedido de dinheiro feito pelo major e o chamaram de covarde. “Só quer saber de Pix”, acusou um homem. Relembre:

Segundo o Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal, o salário dele é de R$ 20,7 mil. Nas redes sociais, que ele excluiu depois dos ataques bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, o militar ainda informava que era instrutor de tiro.

“Encher a Esplanada”

Dias antes do atentado, ele esteve em um programa de uma rádio comunitária fazendo convocações e pedindo cumplicidade de policiais contra manifestantes.

“Quero fazer um apelo aos meus colegas policiais. Eu sou um comandante policial, um major policial, estou na reserva, mas pelo amor de Deus. Polícia Federal, vocês contam com nosso respeito, não se vendam, não deixem alguém fazer vocês rasgarem a Constituição, não pratiquem prisões desleais. Da mesma forma a Polícia Civil.”

Durante a participação no programa, ele ainda diz que “o presidente foi bem claro ao dizer que as Forças Armadas estão nos apoiando”, e instiga cada pessoa que votou em Bolsonaro a “encher o QG, encher a Esplanada”.

A rádio fomentou discursos golpistas por mais de uma hora, pedindo até Pix para Renan Sena, bolsonarista que viria a ser preso semanas depois pela Polícia Federal por participação nos ataques à democracia.

Ocorrências

Cláudio Mendes dos Santos é nome comum em ocorrências de violência contra a mulher no DF. Impedido por medida protetiva de se aproximar de uma ex-esposa, ele já foi investigado por descumprir a medida, perseguir a mulher e até divulgar um vídeo com cenas sexuais dela, para familiares e a filha, menor de idade.

Um dos registros na Polícia Civil informa que ele chegou a ter a arma recolhida em uma ocasião. De acordo com uma pessoa do núcleo familiar do militar, ouvida em sigilo pela reportagem, ele também já foi alvo de “várias denúncias” na Corregedoria enquanto estava na ativa da PM, mas “sempre acabava se safando”.

Na ocorrência mais recente contra ele, a mãe do filho de Cláudio o acusa de fugir com o garoto de 8 anos. O documento detalha que o major saiu de Brasília “por motivos políticos”.

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