Preso na Falso Negativo recebeu outras visitas na semana passada, diz MPDFT
Órgão tomou conhecimento da primeira denúncia de irregularidades na carceragem ainda nesse domingo (30/8). Delegado confessou favorecimento
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) afirmou, nesta segunda-feira (31/8), que os policiais civis presos acusados de beneficiar investigado na Operação Falso Negativo estariam facilitando a visitas de familiares na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) desde a semana passada.
De acordo com o órgão, a primeira denúncia foi recebida ainda nesse domingo (30/8) sobre irregularidades cometidas durante a semana anterior. Questionado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil do DF (PCDF), um dos detidos afirmou que o investigado já havia recebido visitas na última semana.
Agora, a Corregedoria-Geral da PCDF deverá encaminhar documentos solicitados pelo órgão público para comprovação das irregularidades cometidas pelos policiais civis presos. O prazo para entrega do material é de 24 horas.
O caso é acompanhado pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCap) do Ministério Público.
Quem são os presos?
Nesta segunda-feira (31/8), foram presos: o policial civil Mauro Cerqueira e o diretor da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), Paulo Martins dos Santos.
Os mandados foram cumpridos pela Corregedoria da Polícia Civil do DF, em conjunto com promotores de Justiça. Por meio de nota, a PCDF afirmou que “está apurando o caso administrativa e criminalmente.” Os policiais assinaram um Termo Circunstanciado (TC) e se comprometeram a comparecer em juízo.
Nesta terça-feira (1º/9), os alvos da Falso Negativo serão transferidos do Departamento de Polícia Especializada (DPE) para o Complexo Penitenciário da Papuda no chamado “bonde” – quando os detentos são transportados para o sistema prisional nas viaturas policiais. Eles cumprem prisão preventiva.
O Metrópoles apurou que todos os presos ficarão em celas do Presídio do Distrito Federal II (PDF II), em uma ala destinada a internos considerados vulneráveis, e que não podem ser misturados à massa carcerária. Atualmente, cinco alvos da operação do MPDFT dividem uma cela de 10 metros quadrados na carceragem do complexo da PCDF.
Corrupção na Saúde
A ação batizada de Falso Negativo, coordenada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), investiga irregularidades em dispensas de licitações direcionadas à aquisição de testes rápidos para o combate à Covid-19. A estimativa é de prejuízo de R$ 18 milhões aos cofres públicos.
Seis integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde do DF, incluindo o chefe da pasta, Francisco Araújo, foram presos na última semana. O Governo do Distrito Federal (GDF) afastou dos cargos de chefia os sete alvos da operação.
Confira quem foi preso na 2ª fase da Operação Falso Negativo:
- Francisco Araújo, secretário de Saúde do DF;
- Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde;
- Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde;
- Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde;
- Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen);
- Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde (todos foram afastados).
Apenas o mandado de prisão contra o secretário afastado de Administração Geral, da Secretaria de Saúde do DF, Iohan Andrade Struck, não foi cumprido. O advogado de Iohan, Alexandre Adjafre, disse que o cliente está com suspeita de Covid-19 e apresentou atestado de 10 dias do cliente. Hage foi solto por determinação na Justiça no fim de semana.