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Preso em operação contra grilagem e tráfico propõe delação premiada

Operação da Polícia Civil, deflagrada na quinta (28/9), prendeu líder comunitário de Ceilândia Sul. Entre os detidos, há três PMs

atualizado

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amosp operação confraria por do sol ceilandia
1 de 1 amosp operação confraria por do sol ceilandia - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um dos presos na operação que deteve, na quinta-feira (28/9), cinco pessoas acusadas de parcelamento irregular do solo e tráfico de drogas na região do Pôr do Sol, em Ceilândia, propôs acordo de delação premiada à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Trata-se de um servidor da administração regional. O delegado Victor Dan, da 23ª Delegacia de Polícia (P Sul), afirmou ao Metrópoles que analisará a possibilidade de colaboração.

A operação, denominada Confraria, prendeu temporariamente o líder comunitário Alisson Borges. Ele é acusado de cobrar R$ 12,5 mil por um “kit-invasão”, que incluía lote com barraco construído em área pública. Além dele, a PCDF deteve outras sete pessoas. Entre elas, três policiais militares — um deles reformado — e um servidor da Administração Regional de Ceilândia.

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Recibos apreendidos na sede da associação
Materiais apreendidos
O caso foi investigado por nove meses
Um helicóptero foi utilizado na ação
Foram expedidos nove mandados de prisão
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Delegado Victor Dan fala sobre a operação

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Recibos apreendidos na sede da associação

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Materiais apreendidos

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O caso foi investigado por nove meses

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Um helicóptero foi utilizado na ação

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Foram expedidos nove mandados de prisão

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Operação começou às 6h

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Além da grilagem de terras, há suspeita de o grupo estar envolvido com tráfico de drogas

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Policial civil com metralhadora

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Várias unidades da PCDF foram mobilizadas

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A ação movimentou Ceilândia

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Alisson com o governador Rollemberg

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Líder comunitário posa ao lado do senador Hélio José

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Alisson e o vice-governador Renato Santana

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Em evento ao lado do deputado distrital Julio Cesar (PRB)

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A polícia divulgou áudio encontrado na conta pessoal de Borges no Facebook. Na gravação, publicada em um grupo de moradores filiados à Associação dos Moradores do Pôr do Sol (Amosps) — presidida por ele —, o líder rebate a suposta denúncia feita por um habitante do local.

Ele afirma que a Amosps “não recebe valores” para dos integrantes. Ele acrescenta que os moradores fazem apenas “contribuição” para obterem os lotes e justifica que “ninguém trabalha de graça”.

Depoimentos
Após a desarticulação do grupo, pessoas que compraram os terrenos compareceram à DP, voluntariamente, para prestar depoimento. Uma delas relatou à polícia que negociou, diretamente com Borges, em janeiro deste ano, a aquisição de um lote por R$ 30 mil. Eles teriam combinado que o comprador quitaria a primeira parcela, de R$ 4 mil, e outras 26 restantes, de R$ 1 mil cada.

A vítima contou que pagou ao líder comunitário a cota inicial (R$ 4 mil) e assinou nota promissória do restante (R$ 26 mil). Assim, Borges teria elaborado uma cessão de direitos e vantagens em benefício da vítima e prometido que a posse do imóvel ocorreria em 10 dias.

Porém, após esse período, o acusado recuou, segundo relato da vítima: o líder teria alegado que um policial militar envolvido no negócio teria desistido da transação.

O comprador acrescentou que foi à Amosps durante 40 dias para recuperar os R$ 4 mil pagos. Porém, segundo ele, o acusado sempre “dava desculpas diferentes” para não devolver o montante. A vítima, então, recorreu à Justiça contra o líder.

Operação Confraria
De acordo com a investigação, Borges fracionava as terras e as vendia com auxílio dos militares. O negócio teria rendido R$ 2,2 milhões — parte do dinheiro seria utilizada para bancar a campanha de Borges, que pretendia se candidatar a deputado distrital em 2018. O caso é investigado há nove meses. A informação chegou aos agentes por meio de denúncia anônima. A polícia estima que eles “administravam” 173 lotes no Pôr do Sol.

De acordo com o delegado, em algumas situações, o líder chantageava os moradores ameaçando chamar a Agência de Fiscalização (Agefis). Em outros casos, até chegava a acionar as autoridades, que iam ao local e faziam as derrubadas. Entretanto, depois da ação do governo, o próprio Borges fracionava os terrenos e os revendia.

Em um vídeo obtido pelos investigadores, Alisson fala para os moradores que policiais estão envolvidos no esquema e que o dinheiro em caixa da associação chega a R$ 2,2 milhões (confira abaixo).

 

Segundo a polícia, as vendas ocorriam da seguinte forma: os que desejassem ter apenas o lote pagavam R$ 10 mil em 10 parcelas de R$ 1 mil. Já os que optassem pelo “kit-invasão”, teriam que desembolsar R$ 2,5 mil pelo barraco e mais R$ 10 mil pelo terreno.

Cinco traficantes presos na operação também tinham lotes na região. “Eles faziam a segurança dos terrenos e extorquiam moradores”, disse Victor Dan.

Há casos em que uma família não conseguiu pagar pelo lote e acabou tendo a casa invadida por 15 homens armados

Victor Dan, delegado

Por medida de segurança, os presos foram levados para delegacias de outras regiões administrativas do DF. A polícia usou cães farejadores para realizar as buscas.

Pôr do Sol
Situado ao sul da maior e mais populosa cidade do Distrito Federal, Ceilândia, o Condomínio Pôr do Sol é uma área habitacional carente de infraestrutura, que enfrenta problemas típicos de regiões que cresceram devido à ocupação desordenada do solo.

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