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Tortura a soldado: PM preso já foi condenado por espancar homem no DF

Policial prestou 96 horas de serviço à comunidade após ser condenado a 4 meses. Ele é um dos envolvidos em caso denunciado por soldado da PM

atualizado

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Reprodução/Redes sociais
Policial com farda azul em pose de sentido
1 de 1 Policial com farda azul em pose de sentido - Foto: Reprodução/Redes sociais

Preso como suspeito pelo envolvimento na tortura de um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich (foto em destaque) já foi réu na Justiça outras vezes. Em fevereiro do ano passado, ele foi condenado por espancar um homem que caminhava com a namorada em uma parada de ônibus.

No processo, o homem informou que reconheceu Ulbrich quando ele deu entrevista a um programa de televisão.

O capitão foi condenado a quatro meses de prisão em regime aberto. A Justiça, porém, converteu a pena para prestação de 96 horas de serviço comunitário no Batalhão do Riacho Fundo.

Procurado, o atual advogado do capitão afirmou que não atuou na ação e que não tem mais informações. A reportagem também entrou em contato com o defensor desse caso específico, mas não teve resposta. O espaço segue aberto.

Em nota, a PMDF informou que “houve a suspensão condicional da pena, e essa situação não impõe nenhum impedimento legal para que o militar continue exercendo regularmente as funções inerentes ao posto de capitão da Polícia Militar”.

Nas redes sociais, Ulbrich se identifica como instrutor de tiro de armamento e tiro da Polícia Militar. Ele também publica postagens de incentivo a quem quer ser um PM e destaca as “injustiças” sofridas pelos militares diante da Justiça.

Ele também faz publicações exaltando o uso de armas e valorizando o trabalho da polícia nas ruas.

Absolvido por extorsão

Ulbrich também já esteve atrás das grades em 2018, quando foi acusado de extorsão e abuso de poder contra traficantes que eram investigados no âmbito da Operação Torre de Babel, da Polícia Civil (PCDF). Foram encontradas armas e munições de uso permitido e restrito na casa de Reniery.

O envolvimento do oficial e de outros policiais militares foi apontado pela Polícia Civil durante as investigações da Operação Torre de Babel. Na ocasião, aproximadamente 200 kg de maconha foram apreendidos pelos militares. A droga foi levada para a 20ª Delegacia de Polícia (Gama).

O dono do carregamento seria Antonio César Campanaro, conhecido como Toninho do Pó. O traficante disse aos investigadores que, antes de ser preso, foi mantido em cárcere privado pelos militares, que extorquiram dinheiro dele.

Em depoimento aos investigadores da Divisão Especial de Repressão à Corrupção (Decor/Cecor), ele contou que o carregamento aprendido de maconha seria de aproximadamente 500 kg, mais que o dobro do que foi entregue pelos PMs na delegacia.

Em 2020, Ulbrich e os demais PMs foram absolvidos pela Justiça por falta de provas.

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Esse episódio marcou o então tenente Ulbrich. Em um podcast publicado em novembro de 2023, ele falou sobre esse período. “Em um dia você dorme como um policial produtivo, e no outro acorda como um torturador”, disse.

Em nota, a defesa de Ulbrich ressaltou que seu cliente, assim como os demais policiais envolvidos em 2018, foram absolvidos em primeira e em segunda instâncias. “Portanto, foi considerado inocente pelo Poder Judiciário”, disse.

Procurada, a PMDF informou que “o Ministério Público promoveu o arquivamento por falta de justa causa, e o capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich foi sumariamente absolvido pelo Poder Judiciário”.

Contrato

O oficial foi designado como presidente de uma comissão formada para fiscalizar contrato celebrado entre a Polícia Militar do Distrito Federal e a Protecop SAS, para a aquisição de 2 mil coletes balísticos, no valor total de R$ 3 milhões. A informação consta no Diário Oficial do DF de 8 de novembro de 2023.

A defesa do capitão afirmou que a comissão é formada por três oficiais, “de modo que nenhuma decisão é tomada isoladamente, mas sempre em conjunto”.

“Ainda assim, necessário se faz ressaltar que não existe nenhuma ordem judicial e/ou administrativa impedindo o referido oficial de atuar em uma ou outra função, estando ele, portanto, apto a realizar qualquer função compatível com sua patente e qualificação dentro da PMDF”, acrescenta a nota.

Soldado agredido

O capitão Ulbrich e mais 13 policiais foram presos por suspeita de torturar um colega de farda em um curso de formação de Patrulhamento Tático Móvel da PMDF.

6 imagens
Hematoma nas nádegas do militar
Danilo Martins também ficou com machucado na costela
Soldado denunciou policiais militares por tortura
Militar fazia curso para tentar entrar no Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
Roupas usadas por Danilo no treinamento
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Ferimentos nas mãos de Danilo

Material cedido ao Metrópoles
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Hematoma nas nádegas do militar

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Danilo Martins também ficou com machucado na costela

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Soldado denunciou policiais militares por tortura

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Militar fazia curso para tentar entrar no Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

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Roupas usadas por Danilo no treinamento

Material cedido ao Metrópoles

Os militares teriam xingado e jogado gás lacrimogênio nos olhos do soldado Danilo Martins, 34, com o objetivo de que ele desistisse do curso de formação. O soldado teve quadro de rabdomiólise grave, que ocorre quando a fibra muscular rompe e solta uma toxina que intoxica o rim e causa insuficiência renal.

Danilo ficou seis dias no hospital; quatro deles, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

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