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Presidente da OAB-DF: “Estávamos certos sobre o perigo do PCC”

Segundo Délio Lins, caso os advogados presos na Operação Guardiã 61 estejam de fato envolvidos, um procedimento ético será instaurado

atualizado

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Fake News nas eleições 2018 – Palestras OAB DF
1 de 1 Fake News nas eleições 2018 – Palestras OAB DF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF), Délio Lins Silva e Jr., afirmou que os advogados envolvidos com célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) podem ser alvo de procedimento ético. O órgão ainda não teve acesso à documentação necessária para analisar o caso.

Os profissionais foram presos durante a Operação Guardiã 61, deflagrada na manhã desta terça-feira (07/01/2020) pela Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac) e visou desarticular grupo do PCC no Distrito Federal.

“Vamos aguardar o desenrolar da investigação. Ainda não tivemos acesso aos documentos que nos permitirão analisar a situação desses advogados”, apontou Délio Lins, destacando que a Ordem havia alertado sobre o perigo da transferência do líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o Presídio Federal de Brasília.

“Caso se comprove que eles tiveram participação no crime, será instaurado um procedimento ético, no qual os envolvidos podem receber de uma advertência até a expulsão do magistrado. Durante o processo de julgamento, pode haver um afastamento temporário do envolvido”, afirmou o presidente da OAB-DF.

Para ele, o órgão previne esse tipo de conduta por parte dos advogados quando instaura procedimentos de apuração e pune possíveis infratores.

O caso 

Uma das advogadas trabalhava para integrantes da facção no DF, que cumprem pena na Papuda. Com a chegada da cúpula, em março do ano passado, ela foi “promovida” e passou a atender integrantes do alto de escalão na penitenciária federal.

Segundo os investigadores, a célula da organização criminosa era composta por, ao menos, 30 integrantes e atuava praticando crimes como roubos e tráfico de drogas. O grupo, composto por advogados, presidiários e criminosos egressos do sistema prisional, se dividia em núcleos específicos de atuação.

Parte se dedicava às práticas criminosas e parte tentava estabelecer condições para o desenvolvimento e a consolidação do grupo na capital federal, uma vez que a alta cúpula da facção está presa no Presídio Federal de Brasília.

Alerta para os riscos 

Segundo Délio Lins, a transferência de Marcola foi constantemente alertada pela OAB como algo que poderia facilitar a proliferação do crime organizado em geral para o DF. Para ele, a vinda do criminoso geraria esse tipo de situação, mais cedo ou mais tarde.

“Desde o começo, nós alertamos para o absurdo que era transferi-lo [Marcola] para a nossa cidade. O tempo passou e estávamos certos sobre o perigo do PCC se instaurar aqui no DF”, ressaltou.

O presidente afirmou que a OAB-DF, na época da transferência do criminoso, fez de tudo para que a vinda não se concretizasse.

“Apresentamos várias alternativas para que não acontecesse essa transferência. Falamos com o Ministro da Justiça, com o governo, polícias e muitos outros. Entretanto, não conseguimos ter êxito”, contou Délio.

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