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Presidente da CPI sobre atuação da PMDF em 8/1: “Cadeia de desmandos”

Em entrevista ao Metrópoles, presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos, Chico Vigilante, falou sobre descobertas e hipóteses em discussão

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Homem de terno e óculos, com a mão no rosto, sentado e olhando para trás
1 de 1 Homem de terno e óculos, com a mão no rosto, sentado e olhando para trás - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa (CLDF), deputado Chico Vigilante (PT — foto em destaque), disse acreditar que a “cadeia de desmandos” na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) 8 de janeiro de 2023 se deu de maneira “intencional”.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, nesta quarta-feira (17/5), Chico mencionou indícios analisados pela CPI sobre “desmandos” na corporação que teriam permitido a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes, naquela data.

“A Esplanada estava fechada até sábado, dia 7, na véspera dos atos [antidemocráticos]. Estamos em busca de saber de quem foi a ordem para abrir a Esplanada”, afirmou. “Há indícios de disputa de poder dentro do comando da Polícia Militar do Distrito Federal. Tinham escalado 600 homens; depois, o comandante falou que eram 440. No fatídico dia 8, havia, na Esplanada, 200 estudantes [da Academia da PMDF].”

O presidente da CPI questionou o motivo de o então chefe do Departamento de Operações (DOP) da PMDF, coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, não ter colocado a tropa de choque na linha de contenção para impedir o avanço dos vândalos.

“Por que a cavalaria não estava lá? Há uma cadeia de desmandos. A investigação que estamos fazendo é para saber se isso tudo foi intencional ou fruto do acaso. Não acredito que tenha sido fruto do acaso. Acredito muito mais em questão intencional”, enfatizou o deputado distrital.

Como noticiou a coluna Grande Angular, do Metrópoles, o coronel foi apontado, em relatório da Polícia Federal (PF), como o responsável por não elaborar um plano operacional de policiamento ostensivo para 8 de janeiro de 2023, apesar dos avisos quanto à possibilidade de ocorrerem manifestações na data.

Chico Vigilante considerou que a PMDF “é qualificada, preparada e, quando demandada, age”. “Portanto, quando houve a intervenção [na segurança pública], e o presidente Lula nomeou [Ricardo] Cappelli como o secretário de Segurança Pública, a PM foi chamada, assumiu o papel dela, restabeleceu a ordem e devolveu a paz e tranquilidade ao DF. Se tivesse havido planejamento — o que não houve —, se houvesse alguém que comandasse efetivamente [a corporação], não teria acontecido o que aconteceu.”

Assista à entrevista na íntegra:

Tropa de sobreaviso

Na entrevista, Chico também apontou como um dos atos questionáveis do comando da PMDF, em 8 de janeiro, o fato de policiais terem sido colocados de sobreaviso, não de prontidão.

“Por que, em vez de colocar a polícia de prontidão — no quartel, fardada, armada, com escudos […] —, [o comando a] colocou para ir para casa? Quem deu essa ordem certamente será responsabilizado pelo que aconteceu no dia 8”, completou o parlamentar.

O presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos destacou que a comissão trabalha com três hipóteses sobre o que ocorreu na PMDF: “[Precisamos] saber se as pessoas estavam mancomunadas com os golpistas; se foi desleixo; ou se seria uma briga interna pelo comando da PMDF — ou seja, desgastar o comandante para assumir o comando. Estamos verificando. Tudo é possível. Uma dessas três hipóteses vai se provar como verdadeira”.

Chico acrescentou a CPI deve concluir os trabalhos até o fim de setembro e que “vai sair gente indiciada”. No encerramento, a comissão apresentará relatório ao Ministério Público, que poderá denunciar os envolvidos à Justiça.

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