Presa, Sara Winter se exercita e interlocutor afirma que ela está no “céu”
Vídeo divulgado por apoiadores afirmam que as bolsonarista está “fazendo abdominal e dando soco na parede” dentro da prisão
atualizado
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Presa há uma semana na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a extremista Sara “Winter” Giromini, líder do acampamento político “300 do Brasil”, mantém uma rotina discreta e cumpre rigorosamente as regras do complexo. Um vídeo divulgado por apoiadores da extremista neste domingo (21/06), no entanto, detalha que a ativista de 28 anos está “fazendo abdominal e dando soco na parede” dentro da prisão.
O homem, que se identifica como Oswaldo, possivelmente Oswaldo Estáquio, responsável pelas redes sociais da bolsonarista, detalha que chegou a questionar a jovem sobre o medo de ficar presa ou até mesmo “apanhar da polícia”.
Na gravação, ele emenda citando a suposta resposta da líder dos 300. “Na Ucrânia, o meu treinamento era assim: me deixavam pelada e os caras iam me arrastando pelo cabelo e o corpo ia sangrando. Estou no céu”, detalhou o homem, ao conversar com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante manifestação na Esplanada dos Ministérios.
Presa comum
O Metrópoles apurou detalhes da rotina de Sara Winter na prisão. Desde que foi transferida ao presídio, a jovem permanece quieta, obedece todas as determinações impostas, não tem regalias e é incentivada, por motivos de saúde, a praticar exercícios físicos durante o banho de sol. “Nesse período, as presas correm e fazem atividades aeróbicas. Já os homens, jogam futebol”, informou uma fonte à reportagem.
Ela está em uma cela isolada e não tem contato com outras presas. Permanece calada durante boa parte do tempo, não apresentou sinais de depressão ou comportamentos violentos.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seap), como toda recém-ingressa, a interna foi entrevistada, passou por revista corporal e recebeu orientações (cartilha da custodiada).
“Foi entregue kit de higiene pessoal (sabonete, papel higiênico, absorvente higiênico, escova e creme dental, sabão em pó, repelente, desodorante, etc) e, ainda, enxoval composto por agasalho, colchão, coberta, sandálias, camisetas e short de uniforme”, informou a Seap, em nota.
A presa também passou por atendimento de equipe multidisciplinar, composta por profissionais de saúde. “No acolhimento, fizeram uma triagem com assistente social e psicóloga. Realizaram também avaliação odontológica e clínica, com aferimento de pressão arterial, glicemia, sorologias (HIV, Sífilis, Hepatites B e C) e teste rápido pra Covid-19”, detalhou o texto.
Conforme a Seap, os atendimentos seguem o padrão da Penitenciária Feminina para o recebimento de qualquer custodiada e para cumprimento de todo tipo de prisão.
Quatro refeições são oferecidas diariamente no presídio: café da manhã, almoço, jantar e ceia. Nesta última, os detentos também recebem uma fruta, ou uma banana, goiaba, maçã ou pera. A água do banho é fria.
Investigação
Sara foi denunciada pelo Ministério Público Federal por ameaçar o ministro Alexandre de Moraes nas redes sociais. Ela disse que transformaria a vida do ministro em um “inferno” após ela ser incluída no inquérito das fake news.
Em oitiva, a bolsonarista ficou calada ao ser questionada sobre o motivo das ameaças e negou participação no ato que envolveu a queima de fogos em direção ao prédio do STF.
De acordo com a defesa da ativista, Sara teria agido “pelo calor do momento” ao disparar contra Moraes. As ameaças foram feitas minutos após a chegada da PF à casa da bolsonarista, no cumprimento de um mandado de busca e apreensão no inquérito contra as fake news.