Preço da gasolina no DF já é maior do que na greve dos caminhoneiros
Com correção pelo IPCA, o combustível deveria custar hoje R$ 4,91. Até semana passada, o preço médio da gasolina era R$ 5,990
atualizado
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Após o reajuste do cálculo do ICMS no preço da gasolina, ocorrido nesta semana, o valor do combustível em Brasília já é maior que o praticado durante a greve dos caminhoneiros que parou o Brasil, em maio de 2018. O preço médio da gasolina era de R$ 4,331 à época, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Corrigidos pelo IPCA, principal indicador da inflação no país, a gasolina deveria custar hoje R$ 4,91. Até a semana passada, o preço médio da gasolina comum era R$ 5,990 no Distrito Federal, o que representa um aumento de 21% no preço real.
Em algumas regiões, como em Samambaia e Taguatinga, o litro chegou a custar R$ 6,39 nessa terça-feira (3/8).
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, a mudança na base cálculo do ICMS fez com que as revendedores repassassem aproximadamente R$ 0,27 aos postos.
“Na última quinzena nas distribuidoras subiu em média até mais que isso devido aos constantes aumentos do etanol anidro, também provocado pela quebra de safra”, explica Tavares.
“Devido à falta de chuvas, a cana teve queda de 20% na produção, e com a alta da gasolina a procura pelo etanol aumentou muito. E a oferta está baixa, provocando sucessivos aumentos semanais. Como a gasolina é composta de 27% de etanol anidro, isso reflete no preço final das distribuidoras que repassam estes reajustes”, afirma o dirigente sindical.
Greve dos caminhoneiros
Em 21 de maio de 2018 caminhoneiros de todo o Brasil paralisaram contra o aumento no preço no diesel. A manifestação da categoria congelou o fornecimento de combustíveis, o que causou a alta generalizada de preços. A greve acabou em 30 de maio, após acordo do governo federal com a categoria.
No DF, os manifestantes impediram a saída de combustíveis da base da Petrobras, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). “Aviso aos tanqueiros: se sair para entregar, vamos quebrar”, afirmavam em faixa. Além disso, parte dos ônibus pararam de rodar por falta de combustível na capital.