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Precisamos falar sobre segurança nas escolas. Ameaças levam medo ao DF

Após atentado em Suzano, centros de ensinos da capital passaram a receber mensagens de que seriam alvos de ataques. Polícia identificou 17

atualizado

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SSPDF/Divulgação
Batalhão-Escolar
1 de 1 Batalhão-Escolar - Foto: SSPDF/Divulgação

O massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, na pequena Suzano (SP), colocou o país em estado de alerta. Após o atentado que deixou 10 mortos – incluindo os dois assassinos –, alunos, professores e pais passaram a andar assustados. No Distrito Federal, falsas ameaças de fuzilamentos têm causado alvoroço nos centros de ensino. Diariamente, mensagens e até vídeos são espalhados em grupos de WhatsApp com o intuito de desestabilizar o ambiente escolar.

Especialistas, pais e educadores consultados pelo Metrópoles são unânimes: a rapidez da polícia em identificar e punir os responsáveis é a maneira mais eficaz de desestimular quem pensa em usar o anonimato da internet para intimidar. Todos também entendem que é preciso incluir crimes cibernéticos como tema prioritário na agenda pública e discutir, no ambiente escolar, o combate à violência.

Desde a tragédia em Suzano, a polícia conseguiu identificar 17 adolescentes responsáveis por disseminar conteúdos ofensivos em aplicativos de trocas de mensagens e redes sociais na capital do país. Dois deles, de 13 e 15 anos, foram apreendidos na sexta-feira (22/3), em Samambaia, pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), da PCDF. No Instagram, os garotos publicaram vídeo dizendo que iriam promover um “massacre” nos estabelecimentos de educação.

Veja algumas das mensagens ameaçadoras:

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Ameaças foram feitas por meio das redes sociais
Ameaças a escolas de Samambaia levaram policiais a suspeitos
Material apreendido pelos policiais civis
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Ameaças foram feitas por meio das redes sociais

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Ameaças foram feitas por meio das redes sociais

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Ameaças a escolas de Samambaia levaram policiais a suspeitos

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Material apreendido pelos policiais civis

PCDF/Divulgação

Na segunda (18), a PMDF identificou cinco alunos que prometiam um ataque ao colégio Gisno, na 907 Norte. Quatro adolescentes suspeitos foram transferidos da escola e encaminhados à Vara da Infância e da Juventude.

Veja as mensagens:

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Ameaças pelas redes sociais feitas por alunos do Gisno
Ameaças pelas redes sociais feitas por alunos do Gisno
Aulas chegaram a ser suspensas na segunda-feira (18) por conta das ameaças
Polícia Militar fez varredura no Gisno, que fica na 907 Norte
Na terça (19), batalhão da PMDF reforçou segurança na porta do colégio
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Ameaças pelas redes sociais feitas por alunos do Gisno

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Ameaças pelas redes sociais feitas por alunos do Gisno

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Ameaças pelas redes sociais feitas por alunos do Gisno

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Aulas chegaram a ser suspensas na segunda-feira (18) por conta das ameaças

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Polícia Militar fez varredura no Gisno, que fica na 907 Norte

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Na terça (19), batalhão da PMDF reforçou segurança na porta do colégio

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

 

Impunidade
Para Marcos Sarres, especialista em segurança na internet, ameaças são disseminadas por causa da impunidade, problema reforçado pela dificuldade que investigadores têm em localizar rastros.

No Brasil, vivemos uma linha tênue entre a privacidade e a segurança. Quanto mais se exige de um, mais se retira do outro. Suzano acendeu um sinal de alerta e é preciso urgentemente começarmos a discutir mecanismos mais eficientes de monitorar comportamentos que indiquem potenciais terroristas na internet, sobretudo nas redes sociais

Marcos

Influência
No entendimento do professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Raphael Boechat, o que tem acontecido no Distrito Federal “pós-Suzano” evidencia a falta de preocupação dos gestores em educação com a saúde mental de professores e estudantes.

“É preciso treinar os educadores para identificar comportamentos destoantes que podem se manifestar por meio de fanatismo religioso, isolamento e até mesmo no modo de se vestir. Como os nossos docentes normalmente não são desvalorizados, acabam não tendo preparo para notar condutas estranhas no ambiente escolar”, destaca.

A diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa, concorda com Boechat. “Essa situação é muito nova para nós. A realidade é que os professores não estão preparados para lidar com esse tipo de situação. Tomara que nunca mais ocorra, mas nosso maior temor é de que a banalização da ameaça faça com que as pessoas deixem de levar um episódio real a sério”, frisa.

De acordo com a sindicalista, as ameaças às escolas do DF têm causado desgaste emocional aos educadores. “Estar em sala de aula exige concentração do professor e muitos estão inseguros. O docente precisa de garantias de que desenvolverá seu trabalho em segurança”.

Para o presidente da Associação de Pais e Alunos do DF (Aspa-DF), Luís Cláudio Megiorin, as escolas, de maneira geral, pecam por não criarem uma rede eficiente de comunicação com pais e mães de alunos.

“Não se pode terceirizar a educação do filho para a escola, mas ela, por sua vez, tem toda responsabilidade quando essa criança está sob sua tutela. O bullying é porta de entrada de muitos males e, se for atacado no início, pode evitar problemas”, alerta Megiorin.

Mais 180 PMs nas escolas
Diante do clima de tensão que ronda os centros educacionais do Distrito Federal, a inteligência da Polícia Civil foi intensificada. Na quarta-feira (20), o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, revelou que 11 acusados de fazer ameaças na internet a escolas públicas do DF foram identificados e “serão alcançados nos próximos dias”. “Essas pessoas estão sendo monitoradas e serão responsabilizadas”, disse, na ocasião. Ainda ao longo da semana, outros seis adolescentes entraram na mira dos investigadores.

A intenção, de acordo com o chefe da pasta, é saber se as ameaças poderiam se concretizar ou se são apenas brincadeiras de mau gosto feitas na internet.

O secretário também anunciou que 180 policiais militares reforçarão o patrulhamento nas imediações dos ambientes escolares. A princípio, entre 40 e 50 colégios da rede serão contemplados com o efetivo extra. Em duplas, eles farão a segurança de alunos, professores e funcionários.

Ao Metrópoles, a comandante da PMDF, Sheyla Sampaio, disse que o efetivo será distribuído no perímetro de escolas situadas em regiões com maiores manchas criminais.

“Queremos devolver a sensação de segurança à comunidade escolar. Policiais farão rondas em duplas para combater crimes como furto, roubos, tráfico de drogas e tranquilizar a comunidade escolar com relação a essas ameaças de ataques”, explica.

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