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“Precisamos de respostas”, diz família de casal morto após incêndio

Família lamenta perda de Graciane Oliveira e Luiz Evaldo, e filho de 19 dias, em incêndio em Valparaíso (GO) na manhã dessa 3ª (27/8)

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1 de 1 incendio valparaíso velorio - Foto: Luciano Arcoverde/Metrópoles

O sentimento de pesar e vazio preencheu o Cemitério Metropolitano de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, na manhã desta quinta-feira (29/8), durante o velório dos corpos de Graciane Rosa de Oliveira, 35 anos, Luiz Evaldo, 28, e do filho recém-nascido deles, Leonardo, de 19 dias.

O casal e o bebê caíram do apartamento onde moravam, no 7º andar do Bloco E do Condomínio Parque das Árvores, na terça-feira (27/8), após a residência ser tomada por fogo. Um dos cachorros da família morreu durante o incêndio; o outro, chamado Brownie, está desaparecido.

Para o irmão de Luiz, Elivelton Lima, 25 anos, após o luto, resta agora aguardar a investigação. “Precisamos de respostas. Tem algumas coisas que ainda estão sem explicação e nós vamos ficar em cima para saber cada detalhe do que aconteceu”, declarou Elivelton, que é militar da do Exército.

A principal hipótese é que o incêndio tenha sido sido causado por um acidente durante um trabalho de impermeabilização de sofá.

“O que nós sabemos é que eles [Graciane e Luiz] não se jogaram. Minha cunhada tentou proteger o bebê [da fumaça no apartamento], e acabou colocando metade do corpo para fora da janela. E meu irmão, na tentativa de puxar os dois de volta ao apartamento, acabou projetando o corpo para fora, e os três acabaram em queda”, lamentou o irmão mais novo de Luiz.

“Dobro do sofrimento”

Mais de 100 pessoas compareceram à despedida. Entre os presentes, estavam familiares, amigos, agentes de segurança pública e membros da comunidade e autoridades da cidade.

Elivelton compartilhou a dor de ter perdido os parentes na tragédia, em especial Leonardo, recém chegado na família. “Perder um ente querido já é difícil, agora perder os três de uma vez é o dobro do sofrimento”, lamentou.

“O Leonardo mesmo em pouco tempo de vida transformou nossos corações. É doído, porque ele viveu tão pouco, mas foi muito boa a presença dele”, completou.

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Para os amigos da família também foi unânime o sentimento de perda deixado pela perda do casal. “O que resta é um vazio enorme. É uma perda muito grande pra gente e uma perda grande ao muito, por perder pessoas tão boas”, lamentou Andrade Araújo, 28 anos, amigo da família.

Para os mais próximos das vítimas, a tragédia não apagou a memória de um casal “extrovertido, sem tempo ruim e sempre disposto a ajudar”.

“Uma pessoa muito boa, muito estudiosa, muito trabalhadora. Um maridão e um paizão”, lembrou Marcelo Januário, 45 anos.

“Ela [Graciane] era uma pessoa que não tinha tempo ruim. Sempre brincava muito com as amigas, era divertida companheira. E estava muito feliz com a chegada [do filho] Leo. Ela dizia ‘ai, amiga, eu me sinto completa”, compartilhou uma amiga de Graciane, que preferiu não ter o nome divulgado.

Investigação

Acompanhando as investigações e representando a família de Luiz, o advogado Paulo Henrique Santos disse que os familiares ainda não descartam outras hipóteses sobre as causas do incêndio.

“O trabalhador autônomo, que era conhecido da vítima e que foi realizar o serviço de impermeabilização do sofá, informou [aos bombeiros] que o produto era à base de água. E ainda tinha um serviço de manutenção elétrica sendo realizado próximo à unidade, e a questão de vazamento de gás. Então é um misto de problemas que precisam ser averiguados”, afirmou o advogado.

O síndico do Condomínio Parque das Árvores, Anderson Oliveira, por sua vez, informou que a administração tomará medidas mais rígidas quanto à realização de serviços do tipo nas unidades.

Ele disse ainda que o bloco onde fica o apartamento do casal não sofreu danos estruturais, e que 64 das 88 unidades já foram liberadas.

Maria das Graças de Oliveira, mãe de Graciane, e o trabalhador que realizou os serviços no imóvel estavam presentes no momento do incêndio. Os dois foram hospitalizados na ala de queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Maria das Graças estaria com 30% do corpo queimado, mas não corre risco. Já o trabalhado teria recebido alta nesta manhã.

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