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Prato vazio e taça seca: brasilienses denunciam perrengue em Réveillon

Cerca de 300 pessoas se reuniram para denunciar que teriam sido enganadas em festa de Réveillon, ficando sem bebida nem comida

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Foto colorida de pessoas na festa
1 de 1 Foto colorida de pessoas na festa - Foto: Material cedido ao Metrópoles

As taças não foram sequer erguidas para brindar a chegada de 2024 no Réveillon Finish Brasília. É que faltou bebida por volta da meia-noite no evento, que, supostamente, seria open bar em uma casa de festas à beira do Lago Paranoá. A promessa era de um buffet de salgados variados, feitos por chefes renomados, mas o tal banquete oferecido se limitou a minienroladinhos de salsicha, coxinha de milho, quibe e churros para celebrar a virada do ano.

Nem a tradicional queima de fogos a festa proporcionou aos pagantes. O evento teve seis lotes de venda, iniciando com R$ 150. Em um dos vídeos da comemoração, os participantes estão na frente ao Lago Paranoá, com os celulares a postos e flashes ligados. Uma pessoa grita “Feliz Ano-Novo”, mas em seguida pergunta “Cadê os fogos?” e encerra a fala com um palavrão, ao perceber que não veria o show pirotécnico pelo qual pagou.

Em outros registros, as pessoas mostram a fila do open bar com os freezers vazios. A expectativa era de que as bebidas estivessem liberadas até as 5h, com duas opções de cerveja, uísque, gim, cachaça de banana, drinques, refrigerantes, sucos, água mineral e água tônica. Veja as imagens:

Revoltados, os pagantes organizaram um grupo, que já tem quase 300 pessoas, e um abaixo-assinado para exigir o reembolso do ingresso.

“Sou um consumidor que se sentiu enganado pelos organizadores do evento Réveillon Finish em Brasília. O evento, prometido como uma celebração inesquecível, ficou marcado pela falta de estrutura para comportar a quantidade de pessoas atraídas”, destaca um trecho do protesto. A meta é chegar a 500 assinaturas e, em um dia, 312 pessoas assinaram o documento.

Frustração no Réveillon

Uma das pessoas que se sentiu lesada com a situação foi a assessora técnica Luciana Mara Alves, 48. Em janeiro de 2023, ela descobriu um câncer de mama. “Passei o ano em tratamento, me curei em setembro; depois de cirurgia, fiz quimioterapia e radioterapia”, detalhou. Para ela, aquele momento seria para festejar um novo ciclo.

“Queria ir para uma festa bacana, comemorar a passagem do ano e deixar 2023 para trás em grande estilo. Era um sonho que foi completamente frustrado, mas a divulgação prometia uma grande festa”, explicou.

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Festa recebeu críticas dos consumidores
Open bar previa diversas bebidas
Festa de Ano-Novo não teve queima de fogos
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Promessa era de salgados feitos por chefs renomados

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Festa de Ano-Novo não teve queima de fogos

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“Eu só ia tomar água mesmo e até para isto tive que fazer uma grande briga para conseguir um copo; senão nem água eu teria consumido”, completou. Ela conta que descobriu a festa pelo Instagram e que teria sido “iludida” pela propaganda. “Parecia que seria muito boa, à altura do que eu e meu marido procurávamos”, ressaltou Luciana.

“Sinceramente, não aproveitamos porque o estresse para conseguir a água foi logo que chegamos, por volta das 23h30, e também para pegar uma bebida, que acabou com qualquer clima bom.”

Assim como Luciana, a estudante Desyrrê Brandão, 19, estava animada para o evento; ela marcou maquiagem e até encomendou uma roupa, organizou de ir com a mãe e o namorado para a noite especial. “Gastamos R$ 900 de ingressos, e pensamos ‘é em área nobre, com certeza vai ser perfeito’, e nos frustramos”, declarou.

Ela mora em Samambaia e contou que o carro por aplicativo custou R$ 140 para voltar para casa. “No total, foram R$ 1090 para não comer um salgado de padaria e beber duas latinhas de cerveja”, contou.

“Na fila do open food, estava rolando briga por comida; eram duas filas totalmente desorganizadas”, disse outra participante que não quis se identificar. Ela foi com um grupo de oito pessoas e estava em um grupo de divulgação do evento. Após o perrengue, um dos promoters teria dito que as bebidas foram apreendidas pela Polícia Federal, sem dar mais explicações sobre o assunto.

“Então as bebidas eram falsificadas?”, questionou. O Metrópoles entrou em contato com o promoter que deu essa informação ao grupo. Ele negou ser produtor do evento, mas não quis informar a relação que tinha com a festa.

Em uma publicação, a casa de festas Opera Hall também negou envolvimento com a festa e informou que apenas aluga o espaço.

A reportagem também tentou contato com a empresa responsável pela festa, mas até última atualização deste texto não teve resposta.

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