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Prato Cheio: 4 meses após lançamento, 28 mil famílias do DF esperam ajuda para se alimentar na pandemia

Segundo GDF, 35 mil são beneficiados pelo programa, mas demanda reprimida cresceu em função do agravamento da crise deflagrada pela Covid-19

atualizado

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1 de 1 panela - Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

Ameaçadas pela fome durante a pandemia do novo coronavírus, 27.664 famílias carentes do Distrito Federal pediram o socorro do Cartão Prato Cheio, mas ainda não receberam a ajuda. Aguardam na fila pelo benefício do Executivo distrital.

Os cadastrados no Prato Cheio recebem mensalmente R$ 250 para a compra de alimentos. O Governo do Distrito Federal (GDF) lançou o programa em maio de 2020, como medida emergencial voltada a famílias carentes cuja situação de vulnerabilidade alimentar foi agravada pela crise econômica decorrente da pandemia.

Os pagamentos começaram de ser feitos em 22 de junho. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), atualmente 34.936 famílias são contempladas. Algumas receberam somente o primeiro pagamento; outras, estão no quinto repasse.

Aflição diária

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), Clayton Avelar, diariamente, servidores testemunham a aflição das famílias na fila de inclusão no programa.

“Vemos com preocupação o crescimento da demanda reprimida. São pessoas carentes, empregadas, subempregadas e desempregadas”, alertou.

Na avaliação de Avelar, a situação poderá sair do controle quando os 27 centros de Referência em Assistência Social (Cras) retomarem 100% do atendimento presencial.

“Estamos com déficit de pessoal e somos uma categoria extremamente envelhecida. Não teremos condições de atender tantas pessoas, explicou.

Medo da fome

O Metrópoles conversou com uma mãe de família que aguarda na fila de espera do programa. Temendo ficar sem o benefício, a mulher pediu para não ter o nome revelado pela reportagem.

Moradora de São Sebastião, ela é responsável pela criação de dois filhos, um menino de 10 anos e um jovem de 18. Desempregada há dois anos, sustenta a casa fazendo bicos como manicure.

“Fiz a inscrição e recebi a primeira parcela. Depois não me pagaram mais. Disseram que poderia me inscrever novamente. Pedi, e há três meses estou esperando. Não dão mais posição para a gente”, lamenta a mãe de família.

“Algumas pessoas recebem e outras não. Quando você fala que vai dar o beneficio para alguém, tem que ser imediato”, desabafou.

Graças aos bicos, a família ainda não passou fome. Mas o receio de faltar comida cresce a cada dia. “Medo a gente tem porque não temos segurança alguma”, completou a candidata ao benefício do GDF.

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O programa já atende a 35 famílias carentes, conforme balanço do GDF
O GDF estuda uma maneira de reduzir a fila e atender às famílias desassistidas
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Programa atende a população mais vulnerável do DF

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O programa já atende a 35 famílias carentes, conforme balanço do GDF

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O GDF estuda uma maneira de reduzir a fila e atender às famílias desassistidas

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Carestia

Para Clayton Avelar, o Prato Cheio precisa ser fortalecido e o benefício, reajustado conforme a inflação. “Vimos os aumentos dos alimentos. Da forma como está, o programa não protege a população da carestia”, explicou.

Pelo diagnóstico do servidor, diante da crise atual, a população carente ainda depende dos demais auxílios emergenciais pagos pelos governos federal e local.

Na Câmara Legislativa (CLDF), o  gabinete da deputada distrital Arlete Sampaio (PT) recebeu diversas famílias que lutam pela inclusão no Prato Cheio. São mães com crianças recém-nascidas e trabalhadores do campo.

Na avaliação da parlamentar, a fila é um problema gravíssimo. A distrital encaminhou requerimento a Sedes cobrando explicações sobre o benefício e soluções para a fila de espera.

Outro lado

Pelas contas da Sedes, antes da pandemia, cerca de 8 mil cestas de alimentos eram distribuídas. Após a substituição emergencial pelo Cartão Prato Cheio, houve um aumento de mais de 350% na concessão do benefício.

Na leitura da pasta, a fila foi formada pela alta procura pelo auxílio, motivada pela situação econômica agravada pela pandemia da Covid-19. Segundo a pasta, o GDF não tinha previsão orçamentária para esse aumento.

“As áreas econômica e social do governo estão trabalhando para atender o maior número de famílias possível”, argumentou a Sedes. A folha de pagamento do último mês do cartão ficou em R$ 7.193.750,00, conforme a pasta.

Para inclusão de novos beneficiários, o GDF irá priorizar as famílias monoparentais chefiadas por mulheres e com crianças com idades entre 0 e 6 anos; além de famílias com pessoas com deficiência e com idosos, bem como pessoas em situação de rua.

“A Secretaria de Desenvolvimento Social esclarece que o programa Cartão Prato Cheio não é um benefício de transferência de renda. O auxílio tem caráter emergencial”, reforçou a pasta.

Segundo a Sedes, o GDF mantém em marcha outros programas emergenciais para apoiar a população durante a pandemia.

Mais informações estão no site do programa. No entanto, na noite dessa quarta-feira (21/10), a página informava que o período para novos cadastros estava encerrado.

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