Dias antes de aumento, postos do DF têm preço mais alto e alegam escassez da gasolina

Dias antes do aumento no preço nas bombas, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF) alertou, nesta terça-feira (30/5), para o risco de a capital federal ficar sem gasolina. Segundo a entidade, duas das três principais distribuidoras do DF estão sem combustível para entregar aos postos. Os donos dos estabelecimentos podem, inclusive, usar esse fato como justificativa para aumentar preços.

Presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares afirmou que as duas distribuidoras em questão representam mais de um terço da oferta de gasolina da cidade. A capital do país tem 325 postos.

“Uma delas [distribuidoras] está sem produto há três dias, e a outra registrou a falta ontem. Elas não têm o combustível e, além disso, não sabem se há previsão de quando a situação será normalizada”, disse.

Segundo o representante da entidade, ambas as distribuidoras não notificaram os revendedores a respeito da falta de combustível. “A gente só soube dessas faltas porque fomos cobrar a entrega da gasolina que já está paga, e eles falaram que não têm o produto”, alega.

Diante da situação, alguns postos do DF poderão ficar sem estoque de gasolina, afirma o presidente do Sindicombustíveis.

“Ainda hoje, se não houver mudança de cenário, a falta do produto poderá acarretar na elevação do preço do litro. No meu posto, já tivemos que aumentar o valor da gasolina para R$ 5,49 “, destacou.

Ainda, de acordo com o presidente do sindicato, as distribuidoras não deram explicações do motivo da falta de gasolina para os revendedores.

“Não sabemos se é coincidência com a elevação dos preços que acontecerá no dia 1º/6, com o aumento do ICMS, mas mais uma vez esse problema ocorre na véspera de aumento dos impostos”, afirmou.

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O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)

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No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo

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O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis

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Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado

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A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível

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O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual

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A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel, e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis

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Procurada pela reportagem do Metrópoles, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), responsável pelas atividades de regulação e fiscalização do setor, disse que “de acordo com as informações recebidas ao longo desta terça-feira das distribuidoras de combustíveis que operam no DF, não há escassez de produto. A ANP mantém o acompanhamento do mercado regulado e, até o momento, não foi constatada indisponibilidade de combustíveis no DF. A Agência também segue tentando contato com o sindicato mencionado, para saber mais detalhes sobre a informação divulgada à imprensa”, disse, em nota.