Porteiros ajudavam bando que clonava cartões para comprar celulares
Durante operação conjunta de policiais civis do DF e de São Paulo, duas pessoas foram presas: uma é dona de loja na Feira dos Importados
atualizado
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Em uma operação conjunta, policiais civis de São Paulo e do Distrito Federal cumpriram, nesta quinta-feira (20/9), 10 mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa acusada de fraudar cartões em vários estados do país para comprar celulares. Duas pessoas foram presas: o dono de uma loja da Feira dos Importados, responsável por revender os aparelhos, e uma mulher, moradora de São Paulo, que também faria parte do esquema.
A operação foi batizada de Hermes, referência ao deus grego adorado por ladrões. O delegado Wisllei Salomão, da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), disse que a organização dividia seus membros a partir de diferentes funções.
Em São Paulo, os criminosos conseguiam dados de cartões de crédito e clientes; no Rio de Janeiro, os celulares eram comprados em lojas físicas; no Distrito Federal, revendidos na Feira dos Importados, sem nota fiscal.
Além disso, porteiros em prédios de São Paulo e Brasília eram aliciados e recebiam a segunda via dos cartões, para que, depois, os criminosos pudessem buscá-los e cloná-los. A investigação teve início no final de abril deste ano, quando a Receita Federal contatou a PCDF.
Foi encontrado um lote de celulares vindo do Rio de Janeiro com notas fiscais irregulares. O receptador acabou preso em flagrante, mas solto logo depois.
Do final de março até abril, a polícia registrou que a organização usou 20 vezes o serviço de uma empresa aérea e movimentou para Brasília o equivalente a R$ 1 milhão em celulares. Os aparelhos eram iPhone X, iPhone 8 e Samsung. Cada um custa cerca de R$ 4,5 mil.
Até o momento, foram identificadas três vítimas do golpe em Minas Gerais. O delegado explica que os mais prejudicados são os bancos.