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Por que a vacina injetável é considerada mais eficiente que a gotinha

A partir de 4 de novembro, as “gotinhas” deixarão de ser oferecidas no Distrito Federal

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
foto colorida de criança vacinada contra a poliomielite (paralisia infantil); gotinha - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de criança vacinada contra a poliomielite (paralisia infantil); gotinha - Metrópoles - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A partir de 4 novembro, as vacinas conhecidas como “gotinhas” contra a poliomielite deixarão de ser oferecidas no Distrito Federal. A mudança atende a uma determinação do Ministério da Saúde. Segundo especialistas, a imunização injetável é mais eficaz e certeira do que a oral.

As duas doses em gotas da vacina oral poliomielite (VOP) bivalente ministradas nas crianças serão substituídas pela injeção da vacina inativada poliomielite (VIP).

A infectologista Eliana Bicudo explica que as gotinhas atuam de forma diferente no organismo das crianças. “É uma imunização passiva, pois se toma as gotinhas com o vírus e fica na esperança de que o intestino vai identificar que há um vírus atenuado e, com isso, reagir e produzir anticorpos”, diz.

Assim, a imunização não era garantida na primeira dose. “Por isso, as crianças tomavam a gotinha todo ano até os 5 anos de vida, porque não se tinha a certeza de que elas estavam imunizadas”.

Agora, com a injeção, é possível se ter a convicção de que, quem receber a vacina, estará imunizado. “A vacina injetável já é mais segura. Porque você injeta a vacina diretamente na criança, então, não existe mais o risco de não induzir a resposta imune do corpo”, completa Eliana.

Gotinhas foram importantes

Apesar da mudança, a médica frisa que as gotinhas tiveram um papel importante na erradicação da poliomielite no Brasil. “O vírus era eliminado nas fezes. Na época em que o Brasil não tinha saneamento, era legal ter esse tipo de vacina porque, quem tinha contato com as fezes acabava ‘se vacinando’ também”.

“Isso era importante, mas era um vírus que não tinha uma resposta duradoura nem garantida. Tanto que era dada até os cinco anos de vida todo ano”, completa.

“Agora, o Brasil entende que a injetável é muito mais garantida que a oral”.

O que muda

O novo esquema incluirá três doses da vacina injetável administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de uma dose de reforço aos 15 meses.

A partir de então, o esquema será: 2 meses – 1ª dose; 4 meses – 2ª dose; 6 meses – 3ª dose; e 15 meses – reforço. O Ministério da Saúde já enviou orientações aos estados para que preparem os municípios para a implementação das novas diretrizes.

Pólio

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes (tosse, espirro, fala). Em casos mais graves, pode ocasionar paralisia dos membros.

O Brasil não detecta casos de poliomielite pelo vírus selvagem desde 1989. No DF, a doença não é registrada desde 1987. Ainda assim, o desafio é impedir a reintrodução da enfermidade no país.

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