Por falta de pessoal, Sinpol-DF protesta contra criação de delegacia para reprimir crimes de intolerância
Manifestação será na quinta-feira (21/1). Data foi escolhida por coincidir com a solenidade em que Rollemberg assinará o decreto que cria a nova unidade
atualizado
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Os policiais civis do Distrito Federal vão fazer uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti, na quinta-feira (21/01), para questionar a criação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra pessoa Idosa e de Intolerância. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), a categoria enfrenta uma grave grise de recursos humanos e seria impossível realocar servidores para essa nova unidade.
A data foi escolhida por coincidir com a solenidade em que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinará o decreto que cria a nova delegacia. O presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, destaca que o sindicato repudia os crimes contra idosos e de intolerância religiosa, mas que não há efetivo suficiente para a construção de novos prédios.Estamos com uma defasagem de até 50% no quadro atual. É inadmissível a criação de novos espaços e não ter pessoas para trabalhar. Precisamos fortalecer as sessões de investigação que já existem.
Presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco
“Essa manifestação é mais uma brutalidade. É mais um ato de intolerância”, lamenta a Mãe Baiana, que comanda a casa de candomblé Ile Axe Oya Bagan. O terreiro dela foi incendiado em 27 de dezembro do ano passado. Todos os santos foram queimados e o barracão ficou destruído.
Segundo o sindicato, há cerca de 4 mil cargos vagos na Polícia Civil atualmente. São 430 aprovados no último concurso que ainda aguardam a convocação: “Neste ano, cerca de 500 policiais se aposentaram. Para o próximo ano, a previsão é de pelo menos mais 500 novas aposentadorias. O atual governo deu posse para apenas 48 novos policiais. Cerca de 430 aprovados no concurso de 2013 já concluíram o curso da Academia de Polícia Civil e já estão aptos a começarem o trabalho imediatamente. A governança do GDF impede sua contratação alegando a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Apesar do déficit de policiais indicado por Franco, o governador garantiu que a criação da unidade estava entre as medidas a serem tomadas no combate à intolerância religiosa no DF.
Um artigo no site do Sinpol, publicado em dezembro do ano passado, informava que o efetivo atual não é suficiente nem para manter os plantões nas delegacias. “Delegacias circunscricionais têm mantido seus plantões de 24 horas com apenas três ou quatro policias. Entre as consequências, estão a sobrecarga de trabalho, adoecimento dos agentes e atendimento precário. Também há reflexos na demora de um simples registro de ocorrência e, o pior, o atraso no início das investigações e prisão dos criminosos”, afirma o texto.