Por aumento salarial, servidor mata cadela em ritual macabro no DF
Em carta enviada a Exu, o homem “pede humildemente” para ser contemplado com uma função gratificada no trabalho
atualizado
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Policiais militares prenderam dois homens, um deles servidor público, acusados de sacrificarem uma cadela e usarem seu sangue e vísceras em um ritual macabro, na noite de domingo (20/1), no Núcleo Bandeirante. Mesmo sujos com o sangue do animal, os suspeitos foram levados para a 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), onde foram autuados por maus-tratos.
Enquanto patrulhavam a região, PMs avistaram a cadela já morta, caída na calçada. Quando a equipe se aproximou do bicho, foi possível ver que estava esfaqueado no pescoço. Um homem próximo ao local correu para dentro de uma casa quando notou a presença da viatura. Os militares acompanharam um rastro de sangue que ia do lugar onde o animal estava até a residência do suspeito.
Os PMs bateram na porta e entraram no imóvel. Os suspeitos ainda estavam com a roupa suja. Dentro de uma casinha de cachorro havia um prato cheio com o sangue do animal e, ao lado, uma carta escrita de próprio punho por um dos suspeitos.
Na correspondência, endereçada a Exu Tiriri das Sete Encruzilhadas, o funcionário público se queixa da crise financeira e pede que “seus caminhos” se abram. Na mensagem, diz pedir humildemente para ser contemplado “no processo seletivo para ocupar nova função em meu trabalho e assim aumentar meu salário”, escreveu.
Ativista dos direitos dos animais
Indignada, uma pessoa que mora nas proximidades de onde ocorreu a situação gravou um vídeo do momento quando um dos homens é colocado no camburão pela PM. Advogada dos direitos dos animais, Ana Paula Vasconcellos está acompanhando o caso, que será levado à Justiça.
“Foi um crime bárbaro e repugnante que não poderá ficar impune. Além do processo criminal, serão buscadas também as sanções administrativas, com a multa prevista em 40 salários mínimos conforme lei distrital”, disse.
Os militares prenderam os dois suspeitos e levaram a faca, a carta e o corpo do animal para a delegacia na qual a ocorrência foi registrada. Ambos foram ouvidos, assinaram um termo circunstanciado e acabaram liberados.