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População deve voltar a se proteger da Covid, diz subsecretário do DF

Coordenador da imunização no DF lembra que proteção contra o coronavírus também vale para o H3N2

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Hospital de Campanha da Covid-19 na grande São Paulo
1 de 1 Hospital de Campanha da Covid-19 na grande São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O subsecretário de Vigilância à Saúde e coordenador da vacinação contra a Covid-19 no DF, Divino Valero, pede um retorno da população da capital às medidas de proteção não farmacológicas contra epidemias. A receita, todo mundo já sabe, trata-se do distanciamento social e uso correto de máscaras. O apelo acontece após o significativo aumento de casos de Covid-19 e de gripe, no país e em Brasília.

Em conversa com o Metrópoles, o gestor, também especialista em saúde coletiva, afirma ver muita “confusão teórica”. Atualmente, o Brasil vive uma epidemia de gripe causada pelo vírus H3N2, subtipo do vírus influenza A, conhecido como Darwin. Ao mesmo tempo, acontece a pandemia causada pelo coronavírus, a qual nos últimos meses foi fortalecida pela variante Ômicron, mais transmissível.

Secretaria de Saúde espera “explosão” de casos de Covid em até 45 dias

“Há um conjunto de confusões teóricas a respeito desse assunto que leva a esse desordenamento do que é e do que tem de ser feito. Estamos tendo diversas coinfecções, o que sempre existiu na literatura médica”, explica Valero, referindo-se ao informalmente chamado flurona, quando o paciente é diagnosticado com gripe (flu, no inglês) e coronavírus ao mesmo tempo.

“A melhor proteção contra as duas doenças é o distanciamento social, higienização das mãos e uso de máscaras”, lembrou o subsecretário, ponderando que o aumento de casos de Covid e de gripe tem uma mesma causa.

“Imagino como seria uma análise matemática sobre isso, não tínhamos esses casos no início de dezembro, foi pós-Natal e      Ano- Novo. Foi associado a um relaxamento momentâneo da população nas medidas de prevenção”, cravou Valero.

Subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero Martins
O subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Divino Valero Martins.

Prevenção e diagnóstico

Se a prevenção contra o coronavírus e a influenza está relacionada, o mesmo vale para o diagnóstico das duas doenças. O responsável pela vacinação no DF lembra que, historicamente, a população não faz o diagnóstico da gripe com exames de laboratório, mas por análise clínica baseada em sintomas. “Em resumo, se você tem febre, tosse, dor de cabeça e garganta, além de coriza, podemos dizer que você tem gripe”, explica Valero.

O que acontece agora, narra o subsecretário, é: os sintomas da gripe confundem-se com os da Covid-19, e por isso se faz a testagem em laboratório. “Se a pessoa tem gripe, basta esperar alguns dias e a doença vai passar, o que preocupa é o coronavírus. Se você está gripado, basta adotar as medidas de distanciamento social, usar máscaras, ficar em locais ventilados”, explicou o gestor.

Nos últimos dias, houve uma corrida da população do DF aos postos de testagem.

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No primeiro dia de 2022, uma gestante em Israel tornou-se o primeiro caso registrado no mundo de uma rara infecção simultânea de Influenza com Covid-19, denominada flurona. No Brasil, o "novo" fenômeno já foi identificado
O termo flurona é a junção das palavras “flu” (gripe, em inglês) e “corona” (de coronavírus). A coinfecção é identificada quando o teste para os dois vírus apresenta resultado positivo
Os pacientes com a dupla infecção, geralmente, apresentam febre, dor no corpo, falta de apetite, tosse, dor nas articulações, nos músculos e na garganta
Em casos mais graves, pode haver falta de ar e a necessidade de internação
Contudo, especialistas afirmam que não há evidências de que a coexistência dos vírus pode causar quadros mais graves
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No primeiro dia de 2022, uma gestante em Israel tornou-se o primeiro caso registrado no mundo de uma rara infecção simultânea de Influenza com Covid-19, denominada flurona. No Brasil, o "novo" fenômeno já foi identificado

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O termo flurona é a junção das palavras “flu” (gripe, em inglês) e “corona” (de coronavírus). A coinfecção é identificada quando o teste para os dois vírus apresenta resultado positivo

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Os pacientes com a dupla infecção, geralmente, apresentam febre, dor no corpo, falta de apetite, tosse, dor nas articulações, nos músculos e na garganta

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Em casos mais graves, pode haver falta de ar e a necessidade de internação

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Contudo, especialistas afirmam que não há evidências de que a coexistência dos vírus pode causar quadros mais graves

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Para se prevenir do flurona, é necessário manter os mesmos cuidados sanitários da Covid-19 e da influenza: usar máscara de proteção facial, evitar ambientes fechados e aglomerações, lavar as mãos sempre que possível e usar álcool 70%

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Além dos cuidados, o método mais seguro para se prevenir de um quadro mais grave de flurona é por meio da vacinação contra os dois vírus: Covid-19 e influenza

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O tratamento para a coinfecção vai depender dos sintomas do paciente

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Assim, o quadro definirá qual tipo de tratamento será necessário

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A gripe influenza apresenta sintomas agudos logo nos primeiros dias da doença, como febre alta, intenso mal-estar e congestão nasal

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Nos casos de Covid-19, a doença começa a evoluir a partir do 7º/8º dia, podendo ou não levar a um quadro de insuficiência respiratória. Perda de olfato e paladar, dores musculares e na cabeça podem ser alguns dos sintomas

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Aumento de casos versus hospitalização

A expectativa da Secretaria de Saúde é que aconteça uma “explosão” de novos casos de Covid-19 nos próximos 45 dias. No entanto, não se espera um aumento preocupante de pessoas internadas e de ocupação de leitos de UTI, a exemplo do ocorrido depois de março de 2021 na capital. Essa previsão aconteceu por um motivo, diz Valero, agora a população de Brasília está vacinada.

“Estamos constantemente observando a taxa de internação, isso que conta. Até agora está dentro de uma média esperada. O índice R(t) [que mede a progressão da pandemia] está subindo, mas internação e mortalidade continuam caindo. Isso significa que o efeito vacina esta segurando, agora precisamos achar quem ainda não se vacinou, temos 200 mil pessoas que ainda não procuraram os postos”, alerta o subsecretário.

O governo distrital também espera uma nova remessa de vacina contra a gripe, desta vez atualizada para prevenir também a H3N2. As vacinas disponíveis atualmente nos postos de saúde do DF são do programa de imunização de 2021, e não ajudam tanto contra a nova cepa. De acordo com Valero, as doses no DF estão acabando e não existe mais nenhuma vacina contra a influenza na rede de frio. Ou seja, quando acabarem as doses dos postos de saúde, o DF terá de esperar novas remessas do governo federal.

“O desafio é passar esse surto de influenza e que os estados e o DF recebam [a vacina contra a gripe] o mais rápido possível, para promover a campanha 2022, é uma questão de capacidade e produção. Até lá, precisamos fazer as mesmas medidas que combatem a Covid-19, higienização, uso de máscaras, distanciamento social. Não podemos esquecer o que a pandemia nos ensinou a duras penas”, ponderou o subsecretário de Vigilância à Saúde.

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