metropoles.com

“Vou buscar o entendimento”, afirma Jucá sobre crise do MDB no DF

Segundo o presidente nacional do partido, os comandos do Executivo e Legislativo precisam ser retratados no diretório regional do MDB

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Senador Romero Jucá durante entrevista – Brasília(DF), 27/06/2017
1 de 1 Senador Romero Jucá durante entrevista – Brasília(DF), 27/06/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

“Vou buscar o entendimento para o Distrito Federal”, disse, nesta quinta-feira (25/04/2019), o presidente nacional do MDB, Romero Jucá, sobre a crise pelo diretório regional do partido no Distrito Federal. Conforme o Metrópoles noticiou em primeira mão, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e o presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Rafael Prudente (MDB), disputam o controle da Executiva brasiliense contra o atual presidente, Tadeu Filippelli. O cacique ainda não tomou uma decisão, mas considera que Executivo e Legislativo precisam estar presentes na direção local.

“Política é conversa. Você tem que sempre buscar o entendimento. Precisamos fortalecer o MDB, no GDF [Governo do Distrito Federal] e no partido. A presença do governador e do presidente da Câmara são importantes. Vou procurar uma solução de entendimento. O MDB está responsável por dois dos três Poderes do DF. É fundamental que os comandos do GDF e do Legislativo estejam retratados na Executiva, na direção do partido”, disse Jucá.

Na quarta (24/04/2019), Ibaneis e Prudente apresentaram para a cúpula nacional o pedido de dissolução do diretório regional, atualmente gerido por Filippelli. Além disso, querem o adiamento das eleições para a escolha da próxima direção, marcadas para 6 de maio. Buscando a renovação e a oxigenação do partido, o chefe do Executivo já manifestou o desejo de ver o deputado distrital na presidência regional da agremiação. Jucá pretende analisar a peça e conversar com todas as partes envolvidas antes de bater o martelo.

Sem aviso
Filippelli mantém uma postura branda e de poucas palavras sobre o tema espinhoso. O emedebista diz ter sido surpreendido pela ação assinada por Ibaneis e Prudente.

Questionado pelo Metrópoles se Ibaneis e Prudente haviam expressado diretamente qualquer insatisfação com a condução do diretório regional, respondeu: “Não, nunca falaram nada diretamente para mim. Absolutamente nada. Fiquei sabendo desse pedido pela imprensa”.

No texto encaminhado para avaliação da cúpula nacional do MDB, governador e presidente da Câmara também tentam adiar a eleição para a escolha do novo diretório regional para o segundo semestre deste ano. “Olha, elas devem ocorrer até 20 de maio. Então, para ser educado, atribuo a esse pedido, no mínimo, um certo desconhecimento”, rebateu Filippelli.

Na tarde desta quinta-feira (25/04/2019), Ibaneis comentou o assunto. “Ele [Filippelli], com toda sua história, fica como nosso presidente de honra e nos orientando na transformação do partido, na mesma linha do que tem feito o Romero Jucá nacionalmente, conduzindo toda a renovação sem ser candidato à presidência do MDB”, reforçou o governador.

Rafael Prudente não retornou os contatos da reportagem para falar sobre o tema.

Bastidores da crise
Embora não transparecesse, a relação entre Ibaneis Rocha e Tadeu Filippelli começou a se deteriorar desde a posse do emedebista como governador do Distrito Federal. Aliados governistas lembram que a parceria da dupla teria se desgastado a partir de inúmeros pedidos de cargos de destaque na estrutura do GDF.

Vários militantes ouvidos pelo Metrópoles garantem que o diálogo entre os dois nunca foi fácil, mas passou a ser mais difícil após o resultado das eleições proporcionais no Distrito Federal – diferentemente de outras eleições, o MDB só conseguiu fazer um deputado distrital e nenhum federal. Filippelli ficou com a primeira suplência. Da mesma coligação, a ex-deputada distrital Celina Leão (PP) teve mais votos que o cacique do MDB.

Na Câmara Legislativa, Rafael Prudente foi o único eleito. Até a última legislatura, o partido chegou a ter três distritais simultaneamente. “A nominata no MDB deste ano foi um fracasso. Tínhamos condições de vencer. Houve candidato com mais de 13 mil votos que não entrou. Desde então, a relação começou a se deteriorar”, diz um cacique da sigla que pediu para ter o nome preservado.

Eleito, Ibaneis conseguiu fazer de Prudente o presidente da Câmara Legislativa, ampliando ainda mais o poder do partido na capital. Por outro lado, com a derrota do cacique do MDB, as operações policiais da Operação Panatenaico – que investigam desvios no BRT Sul e no Mané Garrincha e as quais levaram Filippelli duas vezes à prisão –, além do fim da presidência de Michel Temer (MDB), de quem o ex-vice-governador era aliado, Ibaneis passou a se distanciar de figurões do partido com nomes encalacrados na Justiça.

Durante uma reunião da Executiva nacional partidária, Ibaneis defendeu abertamente a renovação da sigla e disse sentir-se incomodado de integrar a mesma legenda que os ex-deputados Eduardo Cunha e de Geddel Vieira Lima, ambos presos atualmente.

“Em algum momento essa ruptura iria acontecer. Eu consigo entender isso de forma muito clara. Quem tem o poder das cartas é quem tem mandato, e só o Ibaneis e o Prudente foram eleitos do partido. Pode ser que ninguém assuma isso abertamente, mas uma coisa é certa: o MDB precisa de mudança”, disse outro integrante da cúpula do partido.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?