metropoles.com

Sem HRT e Hmib, projeto da Saúde é aprovado em 2º turno por 14 a 8

GDF abriu mão de estender o modelo de gestão do IHB para as duas unidades e seis UPAs, favorecendo o acordo com os distritais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Plenário
1 de 1 Plenário - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Em meio a um clima de tensão, a Câmara Legislativa (CLDF) aprovou na noite desta quinta-feira (24/1) o projeto de lei (PL) que expande o modelo de gestão do Instituto Hospital de Base (IHB). Com votação em dois turnos, o texto de autoria do Executivo local passou por 14 votos a 8. A medida terá impacto no Hospital de Santa Maria e nas seis unidades de pronto-atendimento (UPAs).

O veredito só foi confirmado oito horas depois de iniciada a sessão extraordinária. Após acordo, o Governo do Distrito Federal (GDF) aceitou retirar os hospitais Regional de Taguatinga (HRT) e Materno Infantil de Brasília (Hmib) do modelo de gestão aplicado no IHB, conforme antecipou o Metrópoles.

Com isso, o Palácio do Buriti conseguiu reverter o descontentamento dentro da sua base aliada. O projeto foi aprovado em todas as comissões pelo mesmo placar. Para o vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), Brasília deu um passo significativo para ofertar atendimento digno aos pacientes da rede.

“Tudo vai ser feito com transparência, e o mais importante é que vidas serão salvas”, comemorou o “zero dois” do GDF, que acompanhou a votação no plenário da CLDF.

Veja como os parlamentares votaram no 2º turno:

Agaciel Maia (PR) – Ausente
Arlete Sampaio (PT) – Não
Chico Vigilante (PT) – Não
Cláudio Abrantes (PDT) – Sim
Daniel Donizet (PRP) – Sim
Delmasso (PRB) – Ausente
Eduardo Pedrosa (PTC) – Sim
Fábio Felix (PSol) – Não
Hermeto (PHS) – Sim
Iolando Almeida (PSC) – Sim
Jaqueline Silva (PTB) – Sim
João Cardoso (Avante) – Não
Jorge Vianna (Podemos) – Não
José Gomes (PSB) – Sim
Júlia Lucy (Novo) – Não
Leandro Grass (Rede) – Não
Martins Machado (PRB) – Sim
Prof. Reginaldo Veras (PDT) – Não
Rafael Prudente (MDB) – Sim
Reginaldo Sardinha (Avante) – Sim
Robério Negreiros (PSD) – Sim
Roosevelt Vilela (PSB) – Sim
Telma Rufino (Pros) – Sim
Valdelino Barcelos (PP) – Sim

Acompanhe ao vivo a votação:


Do lado de fora da Casa, os trabalhadores da Saúde se reuniram para pressionar os deputados a reprovarem a medida. Outro grupo, concentrado na área externa, apoiava o projeto do Executivo. Os dois lados discutiram e houve confusão.

À noite, o público começou a dispersar e a votação foi iniciada com as galerias e a frente do prédio da Casa praticamente vazios.

No início da sessão extraordinária, os distritais trocaram farpas e se desentenderam. Segundo o líder do governo na CLDF, Cláudio Abrantes (PDT), a votação abriu a possibilidade de “melhoria de atendimento para a população, com resguardo dos direitos dos servidores”.

O projeto apresentado pelo Palácio do Buriti ainda mudou o nome do IHB para Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF).

Após uma intensa queda de braço, os hospitais Regional de Taguatinga (HRT) e o Materno Infantil de Brasília (Hmib) foram excluídos do pacote.

Nas galerias da CLDF e em frente ao prédio, funcionários públicos da Saúde entoaram gritos de guerra chamando o governador, Ibaneis Rocha (MDB), de “traidor”.

No momento mais caloroso, ocorreram embates entre os servidores que se manifestaram contra o projeto e representantes da comunidade a favor da proposta. À tarde, um homem levou um soco no olho e ficou ensanguentado.

Nildo Arantes, 36 anos, disse ter sido agredido por um homem a favor da aprovação do pacote proposto pelo GDF. Segundo o enfermeiro, ele tentou separar uma briga e acabou atingido no rosto.

Ana Vinhote/Metrópoles
O enfermeiro Nildo conta ter levado um soco no olho ao tentar apartar uma briga

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi chamada para acalmar os ânimos entre os dois grupos. No plenário, o clima era de animosidade entre os parlamentares, que discutiam entre si. Os mais exaltados eram Rafael Prudente (MDB) e Chico Vigilante (PT), que trocaram farpas a todo momento.

Os seguranças da Casa, por sua vez, tentaram evitar a entrada de todos os manifestantes. O comando da CLDF explicou que o espaço é limitado. No auge do dia, segundo a Polícia Militar, cerca de 2 mil pessoas se concentraram na porta do Legislativo local.

27 imagens
Expansão do modelo de gestão do IHB causou reações contrárias dos servidores da Saúde
Muitas pessoas tentaram assistir à votação, mas não conseguiram entrar
Segurança foi reforçada
Público acompanhou sessão transmitida em telão do lado de fora da CLDF
Deputado Chico Vigilante (PT)
1 de 27

Câmara Legislativa fez sessão extraordinária para votar projetos do Executivo

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 27

Expansão do modelo de gestão do IHB causou reações contrárias dos servidores da Saúde

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 27

Muitas pessoas tentaram assistir à votação, mas não conseguiram entrar

Michael Melo/Metrópoles
4 de 27

Segurança foi reforçada

Michael Melo/Metrópoles
5 de 27

Público acompanhou sessão transmitida em telão do lado de fora da CLDF

Michael Melo/Metrópoles
6 de 27

Deputado Chico Vigilante (PT)

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 27

Deputada Arlete Sampaio (PT)

Hugo Barreto/Metrópoles
8 de 27

Deputado Jorge Vianna (Podemos)

Michael Melo/Metrópoles
9 de 27

Vice-governador Paco Britto

Michael Melo/Metrópoles
10 de 27

Hugo Barreto/Metrópoles
11 de 27

Clima foi de tensão do lado de fora da CLDF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
12 de 27

Manifestantes chegaram a entrar em confronto

Rafaela Felicciano/Metrópoles
13 de 27

Projeto foi aprovado por 14 votos

Rafaela Felicciano/Metrópoles
14 de 27

Apesar dos protestos, governo conseguiu maioria na CLDF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
15 de 27

PMDF reforçou o efetivo nos arredores do parlamento local

Rafaela Felicciano/Metrópoles
16 de 27

Um telão foi instalado em frente à sede da CLDF para o público acompanhar a votação

Rafaela Felicciano/Metrópoles
17 de 27

Servidores fizeram protesto

Rafaela Felicciano/Metrópoles
18 de 27

Segundo os contrários ao PL, a proposta "terceiriza a saúde pública"

Rafaela Felicciano/Metrópoles
19 de 27

Um grupo levou faixas contra Ibaneis Rocha

Rafaela Felicciano/Metrópoles
20 de 27

Votação foi marcada por tensão

Rafaela Felicciano/Metrópoles
21 de 27

Servidores da saúde até tentaram, mas não convenceram a maioria dos distritais

Michael Melo/Metrópoles
22 de 27

Um carro de som foi levado para a frente da CLDF

Hugo Barreto/Metrópoles
23 de 27

Rafael Prudente (MDB), presidente da CLDF, e Cláudio Abrantes (PDT), líder do governo, tentam convencer os colegas a aprovarem os projetos

Hugo Barreto/Metrópoles
24 de 27

Rafael Prudente (MDB), presidente da CLDF, e Cláudio Abrantes (PDT), líder do governo

Hugo Barreto/Metrópoles
25 de 27

Após oito horas de sessão, resultado foi de 14 a 8 a favor do projeto

Hugo Barreto/Metrópoles
26 de 27

Anúncio causou reações de deputados oposicionistas da CLDF

Michael Melo/Metrópoles
27 de 27

Michael Melo/Metrópoles

Assista:

 

 

Emendas
Emendas foram apresentadas por um grupo de 13 deputados. Uma delas determinava a divulgação mensal dos relatórios com receitas, despesas, contratos e outros documentos fiscais nos sites da entidade.

Outra diz que o diretor-presidente do IGESDF deverá ter seu nome previamente indicado pelo governador do Distrito Federal para arguição pública e aprovação da Câmara Legislativa, inclusive no caso de recondução. Assinaram as emendas: Martins Machado (PRB), Daniel Donizet (PRP), Valdelino Barcelos (PP), Reginaldo Sardinha (Avante), José Gomes (PSB), Roosevelt Vilela (PSB), Robério Negreiros (PSD), Rafael Prudente (MDB), Hermeto (PHS), Cláudio Abrantes (PDT), Eduardo Pedrosa (PTC), Jaqueline Silva (PTB) e Iolando Almeida (PSC).

Tentativa de barrar votação
Do lado de dentro, a negociação nos gabinetes foi intensa. O deputado distrital Fábio Felix (PSol) entrou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O parlamentar pediu medida liminar para que o projeto tramitasse de forma normal, observando os prazos de discussão e a apresentação de emendas nas comissões. No entanto, ele acabou vencido.

“A tramitação, sem que sejam respeitados os prazos regimentais para que a matéria seja regularmente debatida na Comissão de Educação e Saúde e demais comissões e possa ser emendada pelos parlamentares, viola direito líquido e certo do Impetrante em não ter que participar de deliberação sobre proposição legislativa conduzida de forma evidentemente inconstitucional”, destaca o documento encaminhado ao TJDFT.

Ibaneis defende modelo
Nessa quarta (23/1), o coro dos sindicalistas foi reforçado pelo Ministério Público Federal (MPF-DF), Ministério Público do Trabalho (MPT-DF) e Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC-DF), que pediram aos deputados para não votarem a matéria.

Em artigo publicado no Metrópoles nesta quinta (24), o governador Ibaneis Rocha (MDB) defendeu a proposta. De acordo com ele, “é evidente que um sistema que atende melhor a população deve ser preservado e ampliado”.

“Em certos momentos, cheguei a me posicionar contra o modelo adotado no Hospital de Base, pois, como grande parcela da população, as informações que vinham a público eram precárias e davam margem a muitas dúvidas. Hoje, vejo o que há de positivo e tenho a humildade em admitir a necessidade de replicá-lo em outras unidades hospitalares. Não há demérito nisso. Ao contrário, a humildade é a base para as demais virtudes, é ter grandeza, é buscar a sabedoria”, completou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?