Vigilantes reagem a demissões e prometem ação em frente ao Buriti
Notícia de licitação com a possível abertura de novos postos de trabalho foi substituída por medo da demissão de 600 vigilantes
atualizado
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A promessa de contratação de empresas terceirizadas de vigilância nos órgãos do GDF veio com a expectativa de abertura de novos postos de trabalho. Entretanto, antes mesmo da licitação ser autorizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), pelo menos 600 postos foram fechados ao longo da semana passada. Revoltada, a categoria promete uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti nesta segunda (13/6), a partir das 7h.
Segundo o diretor do Sindicato dos Vigilantes do DF, Gilmar Rodrigues, em abril, a categoria se animou quando o governo anunciou que abriria novas vagas em 18 lotes. Mas o que era expectativa acabou se tornando apreensão.
“O governo anunciou 7,4 mil vagas para a área de vigilância e todo mundo ficou empolgado. Hoje são duas empresas que têm o controle desses contratos e com o edital serão mais de 15. Isso causa apreensão na categoria, que esperava novos postos de trabalho. Agora temos 600 trabalhadores que receberam carta de aviso prévio”, critica Rodrigues.
O sindicalista afirma que a intenção do governo em licitar o serviço de segurança e vigilância em diversos lotes “acaba com o cartel de empresas”, que atualmente concentra todos os trabalhadores em apenas duas delas. Entretanto, Gilmar Rodrigues vê como negativo o fechamento dos atuais postos.
“No edital, em relação aos postos de trabalho que existem hoje, serão mais 600 ou 700 novas vagas de trabalho. Com essas demissões, esse número não vai ser real e será apenas reposição”, lamenta o diretor.
Representante da categoria na Câmara Legislativa, o deputado Chico Vigilante (PT) apoiou a medida tomada pelo governo de Rodrigo Rollemberg (PSB): “Essa licitação vai gerar mais emprego para a categoria dos vigilantes, que hoje ficam na mão de uns poucos. Agora, o que teremos é a possibilidade de melhorias para os trabalhadores da área da segurança”.
Vigilante criticou ainda as demissões. Para o parlamentar, elas poderiam ter sido evitadas com a concessão de férias coletivas, ao menos até a abertura do pregão.
A afirmação em um grupo de WhatsApp por meio de áudios gerou a troca de ofensas entre o próprio Chico Vigilante e seu desafeto Robério Negreiros (PSDB). O tucano criticou Vigilante por ter sugerido a trabalhadores da categoria que as demissões poderiam ser evitadas.
“Ele fez o que o PT sempre faz, que é contar uma mentira várias vezes para ela parecer que é verdade. Disse que a empresa do meu pai não deveria ter demitido e que deveria fazer uma escala de férias, mas ele nem sabe o que diz”, atacou o tucano. “A redução está sendo feita pelo próprio governo que vai colocar a vigilância em licitação”, argumenta Robério, que criticou a forma de atuação dos sindicatos, em especial dos vigilantes, a quem classificou como ditadura sem transparência.
O processo que abre licitação estava previsto para maio deste ano, mas está parado no Tribunal de Contas do DF sob a relatoria do ex-distrital e conselheiro Márcio Michel, que analisa possíveis irregularidades no processo.