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Vice-governador Renato Santana já pensa no emprego pós-mandato

Renato Santana, que é servidor de carreira lotado na Administração de Ceilândia, pediu remoção para a Defensoria Pública quando o mandato chegar ao fim, a partir de 1° de janeiro de 2019. Ele admite que seria “hipócrita” se não pensasse no futuro

atualizado

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1 de 1 130815MM_vicegovernadorrenatosantana011 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A gestão Rodrigo Rollemberg (PSB) completou apenas um ano e meio à frente do GDF e um fato pra lá de curioso movimentou os bastidores do Palácio do Buriti nos últimos meses: o vice-governador, Renato Santana (PSD), já está preocupado com a recolocação no mercado de trabalho. Embora seja servidor estável, da carreira de Políticas Públicas e Gestão Governamental (PPGG), e esteja lotado há mais de 10 anos na Administração de Ceilândia, Santana pediu, em 31 de março, remoção para a Defensoria Pública do Distrito Federal.

O vice-governador se ampara em uma lei aprovada na Câmara Legislativa no fim de 2015, quando o órgão foi reestruturado, e não tem papas na língua para justificar o precipitado ato.

“Se eu disser que não tenho preocupação com meus vencimentos, estaria sendo hipócrita, mas a minha relação com a Defensoria é mais antiga do que isso. Eu acompanho o trabalho e as dificuldades do órgão há mais de 15 anos. Quando fui administrador de Ceilândia, no governo Rogério Rosso (PSD), fui eu quem cedeu o terreno para que eles construíssem a sua sede. Então, minha relação não é de hoje”, argumentou Santana, que também recorda já ter cedido servidores para o órgão.

A mudança permite que os carreiristas de PPGGs possam transitar entre entidades do GDF de acordo com a necessidade dos próprios órgãos. “Vou me preocupar em estar onde me sinto bem e onde exista carência”, resumiu o vice-governador.

E o salário, ó…
Santana, hoje, recebe R$ 20.743,83 brutos pelo cargo de vice-governador. Quando deixar o posto no Buriti, o vencimento cairá sensivelmente, para cerca de R$ 6 mil, média do que ganha um servidor da carreira de PPGG.

Entretanto, o valor pode sofrer um “upgrade” dependendo de onde Santana for lotado na Defensoria. Embora o órgão já tenha aceitado a remoção dele, ainda não foi definido onde o atual vice-governador vai atuar. “Ainda vou ver, lá na frente, em 1º de janeiro de 2019, se eu deixar de ser vice-governador e voltar a trabalhar como servidor público”, diz.

O vice-governador explica, ainda, que essa não é a primeira vez que ele se transfere entre órgãos do Governo do Distrito Federal e que, além de Ceilândia, já esteve lotado na Administração de Taguatinga e na Secretaria de Governo, quando trabalhou na Câmara Legislativa.

Seplag
Para que a nova remoção fosse possível, Renato Santana recebeu parecer favorável da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). O ato ainda será publicado, uma vez que a relação de servidores transferidos entre os órgãos do DF só é divulgada no Diário Oficial do DF a cada três meses.

Em nota, a Defensoria Pública informou que “Renato Santana, além do exercício de mandato eletivo, é ocupante de cargo efetivo e obteve autorização da Secretaria de Planejamento, através de sua Subsecretaria de Gestão de Pessoas, para ser redistribuído para o órgão”.

Desgaste
Eleito na chapa vencida por Rodrigo Rollemberg (PSB) nas eleições de 2014, a relação de Santana com o socialista se deteriorou ao longo dos meses. Um dos episódios mais recentes ocorreu em uma agenda pública na qual Santana representou o GDF, em Brazlândia, em uma ação de combate à dengue.

Na ocasião, assessores de Renato Santana foram acusados de “maquiar” uma borracharia para que o cenário “ficasse bem na foto”. O caso repercutiu negativamente no Buriti e acentuou os atritos entre o governador e o vice.

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