Vem aí a reforma administrativa de Rollemberg
Mudanças no primeiro escalão do GDF incluem cortes em secretarias e junção de algumas pastas
atualizado
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A saída de meia dúzia de secretários do Governo do Distrito Federal nos últimos três meses foi apenas o começo de uma ampla reforma administrativa que vai ser anunciada nos próximos dias. O chefe da Casa Civil do GDF, Sérgio Sampaio, confirmou ao Metrópoles que as mudanças devem ocorrer até o fim deste mês. “Nos próximos dias, o governador vai comunicar as alterações”.
Integrantes do governo dão como certo o enxugamento de algumas das 24 pastas existentes. Discute-se unir debaixo de um mesmo guarda-chuva de gestão as áreas do Turismo, Cultura, Esporte e Lazer. Também existe a possibilidade da fusão de outras três secretarias: Criança, Adolescente e Juventude; Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos; Justiça e Cidadania.
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Uma outra hipótese que ganhou força nos últimos dias é a união de Meio Ambiente com a Secretaria de Gestão do Território e Habitação. Nas especulações que partem do núcleo do governo, fala-se, ainda, na junção da Fazenda com o Planejamento. Relações Institucionais e Casa Civil virariam uma só pasta. No novo organograma desenhado por Rollemberg, pondera-se também a extinção de Ciência e Tecnologia.
Dança das cadeiras na Câmara
Um dos nomes citados em meio às tratativas de reforma administrativa é o do deputado Júlio César Ribeiro (PRB). Especula-se que Rollemberg possa indicar o distrital para assumir a nova pasta de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer. Nesse caso, Leila Barros, hoje secretária de Esporte, assumiria o mandato na Câmara Legislativa, já que ela é suplente de Ribeiro na Casa. Leila estuda a mudança do PRB para o PSB de Rollemberg. Ribeiro nega a possibilidade. “Não fui procurado nem estava sabendo dessa mudança”, diz o parlamentar.
Cogita-se também a transição do distrital Rodrigo Delmasso (PTN) para o Executivo. Há 40 dias, o governador o procurou para pedir apoio. “Não falou em cargos no governo e nem eu sei se seria o melhor para Brasília”, afirma o deputado. Mas Delmasso não descarta a possibilidade.
Sou gestor, minha formação me permite ajudar em várias áreas, só não toparia a Fazenda nem a Saúde.
Deputado Rodrigo Delmasso
Equação difícil
Rollemberg precisa arrumar a casa a partir de uma matemática difícil de equacionar. Precisa abrir espaço para aliados ao mesmo tempo em que tem de cortar gastos com pessoal. Do contrário, o GDF ficará parado. No último balanço das contas do governo, o gasto com folha de pagamento ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Subiu de 46,93% para 48,01%. Na divulgação das contas do 2º quadrimestre, que ocorrerá ainda em setembro, a situação deve piorar. Com os reajustes concedidos aos servidores, o índice pode alcançar 52%, percentual, desta vez, acima do limite permitido, de 49%.
Com esses valores, a Constituição Federal exige o corte de 20% das despesas com cargos comissionados. A determinação de redução também se estende para horas-extras, comissões, adicional de produtividade.
O cientista político da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer, acredita que diminuir secretarias pode se transformar em uma estratégia para aumentar a eficiência do governo. “Com menos secretarias, além de gastar menos, é possível governar melhor. Por outro lado, é um risco, já que pode diminuir a confiança da classe política”, explica.
Arte: Cicero Lopes