Veja como será a nova estrutura do GDF
Rollemberg articula nomes para supersecretarias e administrações regionais, que terão menos cargos e orçamento
atualizado
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A próxima semana será de muito trabalho para o governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Se nos últimos dias ele se debruçou com sua equipe técnica sobre as medidas do pacote de austeridade, agora chegou a vez de fazer as composições políticas que possam lhe garantir os votos necessários que precisa na Câmara Legislativa. Essas alianças serão seladas com base no novo modelo da estrutura administrativa do GDF: mais enxuta, mais barata e mais eficiente.
O que se sabe, até agora, é que o número de secretarias será reduzido de 24 para 16. A ideia é criar supersecretarias, agrupando em apenas uma as pastas com temas relacionados como, por exemplo, meio ambiente, gestão do território e habitação (veja quadro abaixo).
Para acomodar os aliados, nomes fortes do PSB, como Marcos Dantas (secretário de Relações Institucionais) e Jaime Recena (de Turismo), podem ser convidados a passar o bastão. Recena se diz tranquilo quanto às mudanças e defende que é um sentimento geral entre os colegas. “Agora é hora de colaborar. Precisamos tirar o GDF dessa crise e só vamos fazer isso com o esforço de todos”, afirma. Para não ficar mal na fita com os amigos de longa data, uma saída diplomática que Rollemberg estuda é turbinar de poder as subsecretarias e ali acomodar os mais próximos.
De super, quase nada
Outro nome do escalão que corre perigo é o chefe da pasta de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Arthur Bernardes, indicação do deputado Rogério Rosso (PSD). E, do ninho tucano, pode desembarcar mais um integrante do GDF, conduzido pelas mãos do deputado federal Izalcy Lucas. O que não está facilitando a vida do Palácio do Buriti nesse momento é que, de fato, de super essas novas secretarias só terão o nome. Quem levar a pasta vai recebê-la com 20% menos de comissionados e tendo que economizar 25% com as despesas de custeio.
A indicação das supersecretarias passa, necessariamente, pela Câmara Legislativa. A ordem é tirar da Casa aqueles que mesmo não sendo oposição trabalham desconectados com o interesse do Buriti. Encabeçam essa lista os distritais Julio Cesar (PRB), o tucano Raimundo Ribeiro, além de Rodrigo Delmasso (PTN). Ao mudarem de lado do Eixo Monumental, abririam espaço na Câmara para distritais com perfis mais flexíveis.
Julio está cotado para a superpasta do Turismo e Esportes; Ribeiro para as áreas ligadas aos direitos humanos; e Delmasso para habitação e meio ambiente. Perguntados sobre o convite, todos negam de pés juntos que foram sondados.
Administrações
Nas administrações regionais, a situação não é muito diferente. As atuais 31 RAs devem ser reduzidas para 24 (confira quadro abaixo). Neste caso, porém, a mudança precisa da aprovação da Câmara Legislativa.
E Rollemberg sabe que não será fácil. Já tentou fazer essa redução quando assumiu o Buriti, mas sem apoio no Legislativo precisou tirar a proposta da pauta de votações. Tradicionalmente, as administrações regionais funcionam como moeda de troca por apoio político. E, pelo andar da carruagem, vão permanecer assim por mais algum tempo.